Brasil estreia série de videos que simula previsão do clima em 2050
O inverno se aproxima. Mas, em todo o país, as temperaturas superam a marca de 30ºC, e a seca e tempestades afetam diferentes partes do território brasileiro. Estamos no ano de 2050.
A Organização Meteorológica Mundial lançou nesta quarta-feira (3) uma série de vídeos simulando o que seria um programa sobre a previsão do tempo na metade do século 21. A esperança da ONU (Organização das Nações Unidas) é de que o vídeo ajude a sensibilizar as populações sobre as mudanças climáticas.
A iniciativa ainda faz parte de uma campanha do secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, para convencer governos e sociedade civil a chegar a um acordo ambicioso na Cúpula do Clima, no dia 23 de setembro.
A data do programa não foi escolhida por acaso. 2050 seria a metade do período em que a perspectiva científica aponta para uma elevação das temperaturas de 4ºC até 2100 se as emissões de gás de efeito estufa não forem revertidas.
Na série, o Brasil é o primeiro a ser apresentado, com tempestades de chuvas no Sul e no oeste da Amazônia. Em apenas alguns dias, o volume de chuvas superaria o que se esperava para todo o mês, aumentando o risco de deslizamentos. Já no leste da Amazônia e no Nordeste, a seca continua.
No programa, Claudia Celli, apresentadora da previsão do tempo em 2050, alerta que "algumas regiões já registram seca por vários meses". "Hoje é mais um dia quente no Brasil. Temperaturas estão acima dos 30°C em boa parte do país, apesar de estarmos perto do inverno."
O vídeo ainda traz uma entrevista com o cientista José Marengo sobre o impacto das mudanças climáticas no Brasil. "Em regiões tropicais, o aumento da temperatura pode superar 4°C até o final do século", disse. Segundo ele, os padrões de chuva devem mudar, com maior volume no oeste da Amazônia e no Sul, enquanto a seca intensificaria no Nordeste e no leste da Amazônia.
A campanha ainda traz uma mensagem de Ban Ki Moon com o alerta de que as mudanças climáticas trarão "maior desastres, maior incertezas". "Podemos reduzir os riscos cortando as emissões", apelou.
A iniciativa do vídeo ainda vai incluir Japão, Dinamarca, países africanos, Estados Unidos, Alemanha e outros.
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