Collor diz que mundo mudou para pior e pede para Rio+20 não rever decisões da Rio92
Principal homenageado numa sessão da Rio+20 dedicada a lembrar os 20 anos da conferência Rio92, o senador Fernando Collor (PTB-AL), presidente do Brasil na época, disse que o “mundo mudou para pior” desde então.
Collor não fez menção à crise política que enfrentava em Brasília à época da Rio92 e que acabaria resultando no seu afastamento da presidência.
O ex-presidente saudou os resultados alcançados na Conferência e pediu que decisões tomadas naquela ocasião não sejam revistas na Rio+20, como querem alguns países. “Não podemos retroceder. Temos que manter elevados os níveis de nossas ambições”, disse.
Países desenvolvidos como EUA e União Europeia querem retirar dos textos aprovados na Rio+20 o princípio das "responsabilidades comuns, porém diferenciadas", criado na Rio92. Segundo ele, países desenvolvidos contribuíram mais para a degradação ambiental e por isso devem arcar com a maior parte dos custos, apoiando os países em desenvolvimento a crescerem de maneira verde.
Num tom de voz tranqüilo, muito diferente do estilo exaltado de 1992, Collor disse: “Rever decisões tomadas seria um verdadeiro retrocesso e uma contribuição ao cataclismo que se anuncia.”
O ex-presidente foi saudado na sessão pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, pela sua “participação ativa” na Rio92. Collor é o atual presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado e aliado do governo Dilma.
O secretário-geral da Rio92, o canadense Maurice Strong, e o secretário-geral da Rio+20, o chinês Sha Zuckang, também participaram da sessão. Vários diplomatas brasileiros, ativos em 1992, como Marcos Azambuja, também compareceram.“Isso deveria ser uma celebração, mas não há muito o que festejar”, disse Strong, sendo muito aplaudido.
Apesar de o nome oficial da conferência ter sido Rio92, Collor referiu-se a ela, em diferentes momentos do seu discurso, como ECO92. E a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, chegou atrasada, no final da cerimônia, depois dos discursos principais.
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