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Raúl Castro defende desarmamento para encontrar soluções para mudanças climáticas

Do UOL, em São Paulo

21/06/2012 14h08

O presidente de Cuba, Raúl Castro, defendeu o desarmamento durante seu discurso na plenária da Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, durante a manhã desta quarta (21).

Castro afirmou que é preciso eliminar hegemonias para encontrar soluções para as atuais mudanças climáticas .

"Os países devem deixar o egoísmo de lado para poder buscar soluções porque agora todos vão pagar o preço", afirmou o presidente citando os efeitos dos desequilíbrios da natureza.

Castro afirmou que o gasto militar total aumentou US$1,74 trilhões nas últimas duas décadas. "Esse gasto quase dobrou e em 1992 ainda ocorria a corrida armamentista adotada pelos países que se sentiam ameaçados. E agora, contra quem vão usar esse arsenal?", indagou.

Segundo ele, acabar com as guerras e destruir os arsenais nucleares são a saída para construir sociedades mais justas com uma ordem internacional mais igualitária.

"Assim é possível garantir desenvolvimento sustentável para as nações do Sul e colocar a ciência e a tecnologia a favor da salvação do planeta e da dignidade humana", completou.

Castro também criticou a posição dos países desenvolvidos durante as negociações ambientais. "Os países desenvolvidos são incapazes de agirem de acordo com as obrigações e responsabilidades históricas que têm", afirmou.

Ao citar os relatórios apresentados pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), Castro ainda afirmou que, se a tendência for concretizada, a elevação do nível dos mares será imensa e isso deve intensificar os fenômenos meteorológicos como ciclones, tufão e salinização das águas.

"Precisamos de medidas correspondentes para esses fenômenos com implicações geográficas e demográficas para as ilhas caribenhas, pois são mais vulneráveis e estão em condição de desigualdade no sistema econômico internacional", explicou.

O presidente cubano encerrou o discurso afirmando que Cuba espera que o bom senso e a inteligência humana se sobressaiam à barbárie.