Presidente francês defende criação de imposto para financiar desenvolvimento sustentável
Em discurso na sessão plenária na tarde desta quarta-feira (20), o presidente francês François Hollande defendeu a criação de um imposto sobre transações financeiras que ajude a implementar ações de desenvolvimento sustentável.
Hollande se disse decepcionado com o resultado das negociações e prometeu que o governo francês tentará um fundo próprio para garantir as ações. "A França continua determinada a estabelecer, junto com os países que assim desejarem, uma taxa sobre transações financeiras, cuja receita irá para o desenvolvimento sustentável".
“A França deve mostrar o exemplo. Gostaria de adotar compromissos em nome da França, favorecendo os debates da declaração final, gostaria também de contar com a boa vontade de todos os países”, disse Hollande, lembrando que houve avanços nas propostas de fortalecimento do Pnuma, da preservação dos oceanos e nos debates sobre economia verde, além da erradicação da pobreza e da fome.
Assista ao discurso de Hollande
Hollande apelou para que todos contribuam nos esforços para o desenvolvimento sustentável com inclusão social e combate à pobreza. “Temos que lutar conjuntamente. Do contrário, perderemos todos. Não podemos fomentar a divisão Norte-Sul [ricos e pobres]. O desenvolvimento sustentável é causa planetária. É uma questão vital para todo o mundo. Não pode ser Norte contra Sul ou Ocidente contra Oriente”, disse.
O presidente da França ressaltou ainda que os impactos da crise econômica internacional não podem afetar as propostas e os compromissos para o desenvolvimento sustentável. Segundo ele, seu esforço será para taxar os impostos de transações internacionais para financiar um fundo que será destinado a manter os projetos relativos ao desenvolvimento sustentável.
“Evidentemente, existe crise na Europa. Se não dermos os financiamentos, não atingiremos os objetivos”, observou. “O desenvolvimento sustentável não é entrave, é oportunidade.”
Mais cedo, em entrevista coletiva, Hollande afirmou que a "decepção" com o documento final da Rio+20 é culpa, em parte, dos interesses particulares de cada país.
"Sempre há um pouco de decepção, mas estamos aqui com esperança e confiança. Temos que lutar contra o protecionismo", disse.
O presidente francês também afirmou que a economia verde não pode ser a "salvação da pátria".
"Alguns quiserem transformar essa conferência exclusivamente sobre economia verde, mas esse é um conceito que precisa ser melhor definido e não pode ser colocado como uma solução para tudo. É apenas uma forma de chegar a uma solução", afirmou.
Encontros com Lula e Dilma
Hollande teve encontros reservados, hoje, com o ex-presidente Lula e com a presidente Dilma Rousseff. O assunto principal do encontro, segundo assessores, foi a crise econômica que afeta os países mais avançados, e já começa a repercutir na economia brasileira.
A crise foi um dos principais motivos apontados para a ausência de líderes de grandes potencias mundias, como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido (Barack Obama, Angela Merkel e David Cameron, respectivamente).
As pontencias mais avançadas lutam contra dados preocupantes de crescimento, que têm afetado principalmente a geração de empregos nesses países. Nos EUA, as eleições presidenciais também tiraram o foco da Rio+20.
(Com Lilian Ferreira e Matheus Lombardi e informações da Agência Brasil)
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