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Negociador brasileiro critica países ricos e descarta alterações no texto-base da Rio+20

O chefe da comissão brasileira na Rio+20, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo - Marco Antônio Teixeira / UOL
O chefe da comissão brasileira na Rio+20, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Imagem: Marco Antônio Teixeira / UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

20/06/2012 18h39Atualizada em 20/06/2012 19h48

O embaixador Luiz Alberto Figueiredo, negociador-chefe da delegação brasileira na Rio+20, afirmou nesta quarta-feira (20) que os países ricos não podem criticar o Brasil por uma suposta "falta de ambição" no rascunho final, apresentado ontem, já que, segundo ele, também não existe "ambição de financiamento".

"Quem exige isso [ambição] e não coloca dinheiro sobre a mesa, está sendo pelo menos incoerente", disse ele ao comentar sobre as declarações do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon --ele afirmou na abertura do evento que esperava um "documento mais ambicioso".

"É natural que o papel dele [Ban Ki-Moon] seja esse. Ele sempre vai dizer aquilo que os países querem que seja feito, e é isso que queremos", completou Figueiredo.

Questionado sobre possíveis possíveis alterações, o diplomata disse garantir que o texto-base da Conferência da ONU não sofrerá alterações.

"O documento está fechado, negociado e definido a partir de um consenso entre todos os países. (...) Estão no documento todos os aspectos negociados nos últimos dois anos", argumentou.

Apesar de cobrar uma disposição financeira mais ativa por parte dos países desenvolvidos, o embaixador afirmou garantir que o texto-base da Rio+20 considera os chamados "meios de implementação" --isto é, mecanismos para financiamento de iniciativas sustentáveis.

"Alguns aspectos podem ter ficado fora por falta de consenso. Mas tem financiamento. Cria-se toda uma estrutura para lidar com os meios de implementação, e nesse sentido cabe aos países desenvolvidos realocar recursos", disse.