Crustáceo mostra que tamanho não é documento na hora de procriar
Um crustáceo comum na costa da América do Norte, banhada pelo oceano Pacífico, é conhecido por ter órgãos reprodutores que são meros milímetros. Ao contrário das outras espécies, que têm membros extensíveis duas vezes maiores que o seu comprimento, o do Pollicipes polymerus não passa de 70% do seu tamanho. Mas para esse tipo de craca, tamanho nunca foi problema.
Biólogos da Universidade de Alberta, no Canadá, descobriram que o animal invertebrado consegue fertilizar companheiras a metros de distância, sem sair do lugar. Até então, acreditava-se que eles poderiam fecundar os mais próximos, assim como faz a maioria das espécies de cracas, ou então partir para uma produção independente, já que são adultos hermafroditas, e se "autofertilizar".
Mas nenhuma das hipóteses funcionava com o P. polymerus. Além de o "pênis" curto não alcançar com eficiência as conchas dos vizinhos, as espécies que viviam isoladas possuíam DNA de outro indivíduo. A análise genética revelou, ainda, que os embriões de 24% dos animais com parceiros próximos eram, na verdade, fertilizados por companheiros distantes.
Quando filmaram os animais presos nas rochas, o grupo percebeu que eles desenrolavam seus membros exatamente quando ficavam completamento submersos nas ondas do mar. Foi assim que eles mostraram que os crustáceos se aproveitam da força d’água para liberar esperma e espalhar seus genes sem reclamações - e, de quebra, fazer o pai da evolução se orgulhar da sua teoria.
"Esta é a primeira evidência de liberação e captura de espermatozoides em qualquer crustáceo que nós conhecemos", ressalta o estudo publicado na Proceedings of the Royal Society. "[Charles] Darwin ficaria encantado [com a descoberta]."
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