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Chineses estão privatizando a água nos EUA, diz especialista americano

Lilian Ferreira

Do UOL, em Foz do Iguaçu*

21/06/2013 17h57

A privatização da água é o principal entrave hoje no acesso de todos a este bem natural. A opinião é do presidente do maior conselho de água do EUA, Robert Kennedy Jr., que cita diversos casos em que rios de países são controlados por companhias privadas. "Companhias chinesas estão privatizando vias de água nos EUA e tiram a água que deveria ser da população", conta.

Segundo o advogado, que é sobrinho do ex-presidente americano John Kennedy,, muitos reservatórios privados foram criados no país entre 1920 e 1950 por empresas privadas de alumínio. "Os chineses compraram estas barragens, demitiram trabalhadores e vendem a energia em mercados internacionais para beneficiar as pessoas mais ricas na China. Se isso acontece nos EUA, acontece em qualquer parte do mundo", explica durante o Fórum Mundial de Meio Ambiente, em Foz do Iguaçu, Paraná, nesta sexta-feira (21).

 O conselheiro do presidente dos EU Barack Obama em energia e ambiente conta que a privatização da água também ocorreu em países como o Chile, Bolívia e Belize. Empresas privadas passam a controlar o fornecimento de água e cobrar quanto quiserem. "Em Cochabamba, na Bolívia, os preços aumentaram, e pobres morreram por não ter acesso à água. No Chile, Pinochet vendeu todos os rios do país, que hoje pertencem a especuladores espanhóis".

Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água, diz que no Brasil a água é em maior parte pública, mas que cada Estado regula suas águas. Já água subterrânea é federal. Para ele, para prover um maior acesso à água é preciso melhorar o armazenamento e também limitar a demanda.

Chineses também fazem dumping de energia solar

O especialista ainda aponta que os chineses estão entrando no mercado de energia solar, com preços muito baixos, levando algumas empresas americanas a fecharem. "Em 20 Estados, a energia solar é a mais barata porque os chineses fazem dumping. É ruim para as empresas, mas é bom para a energia solar e para pequenos empresários. O preço tem caído 22% nos últimos 5 anos".

Ele acredita que o mercado livre é o melhor caminho para o desenvolvimento das energias verdes e que, com o tempo, elas ficarão mais baratas que os combustíveis fósseis e serão difundidas.

(*A jornalista viajou a convite do Fórum)