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Fruto de cacto causou espuma rosa no rio Jundiaí, em Salto (SP)

Explosão do fruto de cacto que fica nas margens do rio Jundiaí coloriu de rosa a água - Divulgação/Prefeitura de Salto
Explosão do fruto de cacto que fica nas margens do rio Jundiaí coloriu de rosa a água Imagem: Divulgação/Prefeitura de Salto

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

20/12/2014 15h38

Após três vistorias, técnicos da Secretaria de Meio Ambiente de Salto (a 101 km de São Paulo) determinaram que a "explosão de frutos" de um tipo de cacto é a responsável por tornar a água e a espuma do rio Jundiaí rosa no trecho que corta a cidade. A coloração rosa foi observada no começo do mês.

Segundo o secretário de Meio Ambiente, João De Conti Neto, os técnicos encontraram milhares de frutos de coloração rosa em cactos que ficam presos a troncos de árvores que margeiam o rio. Os frutos explodem para que exista a dispersão das sementes e o pigmento rosa presente nele acaba acumulado em pedras ou nas margens do rio, sendo retirado desses locais com o aumento do nível da água.

"Como esta é uma espécie que tem sua dispersão autocórica [por explosão] de sementes, o líquido rosa acaba tingindo as pedras e a água do rio", explica Conti Neto. "A substância liberada pela explosão é viscosa, pegajosa e acaba provocando a espuma rosa na queda do rio quando junta-se à carga orgânica da água", completa.

Ainda segundo o secretário, com a descoberta dos técnicos fica descartada a hipótese de que produtos químicos descartados irregularmente tenham colorido o rio. "Fizemos buscas de possíveis pontos de descarte que pudessem ser a causa do problema, porém não foi encontrado nada", relata João. "Então resolvemos partir para a busca concentrada no local onde formava-se a espuma e acabamos descobrindo que a causa é biológica", completa.

Ele informa ainda que o baixo nível do rio, que subiu justamente nos primeiros dias de dezembro, comprovam a informação de que os cactos foram os responsáveis pelo fenômeno. "O fato de ser um fenômeno biológico nos explica, inclusive, o fato de o aparecimento da espuma ser uma ocorrência periódica, em épocas específicas. Pelo menos nesse caso podemos agora descartar qualquer tipo de suspeita mais grave envolvendo produtos químicos", afirma.

Água rosa

O fenômeno da água rosa foi observado na primeira semana de dezembro, dois dias depois de o trecho do rio Tietê, que também corta a cidade, apresentar coloração preta, fenômeno que matou milhares de peixes.

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) chegou a fazer vistorias em empresas da região e coletar amostras de água e espuma rosas, mas os laudos ainda não foram finalizados. Apesar disso, a instituição declarou que não encontrou problemas de despejo irregular de produtos químicos durante as vistorias que realizou.