Fruto de cacto causou espuma rosa no rio Jundiaí, em Salto (SP)
Após três vistorias, técnicos da Secretaria de Meio Ambiente de Salto (a 101 km de São Paulo) determinaram que a "explosão de frutos" de um tipo de cacto é a responsável por tornar a água e a espuma do rio Jundiaí rosa no trecho que corta a cidade. A coloração rosa foi observada no começo do mês.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, João De Conti Neto, os técnicos encontraram milhares de frutos de coloração rosa em cactos que ficam presos a troncos de árvores que margeiam o rio. Os frutos explodem para que exista a dispersão das sementes e o pigmento rosa presente nele acaba acumulado em pedras ou nas margens do rio, sendo retirado desses locais com o aumento do nível da água.
"Como esta é uma espécie que tem sua dispersão autocórica [por explosão] de sementes, o líquido rosa acaba tingindo as pedras e a água do rio", explica Conti Neto. "A substância liberada pela explosão é viscosa, pegajosa e acaba provocando a espuma rosa na queda do rio quando junta-se à carga orgânica da água", completa.
Ainda segundo o secretário, com a descoberta dos técnicos fica descartada a hipótese de que produtos químicos descartados irregularmente tenham colorido o rio. "Fizemos buscas de possíveis pontos de descarte que pudessem ser a causa do problema, porém não foi encontrado nada", relata João. "Então resolvemos partir para a busca concentrada no local onde formava-se a espuma e acabamos descobrindo que a causa é biológica", completa.
Ele informa ainda que o baixo nível do rio, que subiu justamente nos primeiros dias de dezembro, comprovam a informação de que os cactos foram os responsáveis pelo fenômeno. "O fato de ser um fenômeno biológico nos explica, inclusive, o fato de o aparecimento da espuma ser uma ocorrência periódica, em épocas específicas. Pelo menos nesse caso podemos agora descartar qualquer tipo de suspeita mais grave envolvendo produtos químicos", afirma.
Água rosa
O fenômeno da água rosa foi observado na primeira semana de dezembro, dois dias depois de o trecho do rio Tietê, que também corta a cidade, apresentar coloração preta, fenômeno que matou milhares de peixes.
A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) chegou a fazer vistorias em empresas da região e coletar amostras de água e espuma rosas, mas os laudos ainda não foram finalizados. Apesar disso, a instituição declarou que não encontrou problemas de despejo irregular de produtos químicos durante as vistorias que realizou.
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