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Acordo climático em cúpula da ONU deve ser breve e flexível, diz França

Nevoeiro cobre a capital do Chile, Santiago, em foto de junho -
Nevoeiro cobre a capital do Chile, Santiago, em foto de junho

Alister Doyle

17/07/2015 17h07

 Um acordo da Organização das Nações Unidas (ONU) para desacelerar o aquecimento global deve ser curto, flexível e duradouro a fim de evitar complexas renegociações a cada poucos anos, disse um documento preparado pela França antes da cúpula COP sobre o tema em Paris marcada para dezembro deste ano.

O acordo também terá que garantir que governos não voltem atrás em suas promessas para cortar emissões de gases do efeito estufa, apesar de uma provável ausência de sanções, informou um sumário enviado a representantes que participarão de conversas preparatórias em Paris, nos dias 20 a 21 de julho.

"Há um entendimento comum de que o acordo de Paris deve ser flexível, porque precisará se adaptar às circunstâncias", disse o documento de cinco páginas visto pela Reuters.

"Também há um reconhecimento compartilhado de que as partes não têm que negociar um novo acordo a cada cinco ou dez anos, mas sim que o acordo de Paris forme as bases para uma implementação de melhoras", acrescentou o texto.

O novo núcleo legal do acordo "deve ser curto e conciso", segundo o documento. Em contraste, um texto preliminar que cobre todos os aspectos do acordo tem quase 90 páginas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou as negociações no mês passado, lançadas há quase quatro anos na África do Sul, dizendo que elas avançaram muito lentamente. Cerca de 30 países vão participar das conversas informais em Paris na semana que vem.

A ONU diz que os planos nacionais para conter as emissões de gases do efeito estufa, apresentados como as bases para se construir o acordo de Paris, não serão o suficiente para limitar o aquecimento global à meta da ONU de 2 graus Celsius acima da época pré-industrial.

Isso significa uma necessidade de flexibilidade num acordo cuja intenção é limitar a emissão desses gases, que são a causa, segundo um painel de cientistas climáticos da ONU, de mais ondas de calor, inundações e aumento dos níveis do mar.