Flávio Rocha anuncia retirada da disputa eleitoral e agradece ao MBL

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

O empresário Flávio Rocha, dono da Riachuelo, anunciou nesta sexta-feira (13) a retirada de sua pré-candidatura à Presidência da República com críticas ao que chamou de "empresário moita" e agradecimentos aos "intrépidos garotos do MBL" (Movimento Brasil Livre), que haviam lhe declarado apoio.

"Venho até você para anunciar a retirada da minha pré-candidatura à Presidência da República. Não com tristeza, mas com a sensação de ter cumprido o meu dever como cidadão e como um apaixonado pelo Brasil", diz o agora ex-presidenciável em vídeo divulgado por sua equipe de pré-campanha.

A pré-candidatura durou exatos três meses e 12 dias. O PRB lançou Rocha como presidenciável no dia 27 de março. O anúncio da desistência foi antecipado pela coluna Painel, do jornal "Folha de S.Paulo"

O empresário obteve 1% das intenções de voto nos quatro cenários em que foi testado na mais recente pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada no último dia 10 de junho. Ele ficou em 10º, 11º e 12º nos levantamentos.

"Eu e o meu partido, o PRB, entendemos que o Brasil passa por um momento turbulento, que não pode flertar com os extremos. Por isso, mais do que nunca, vemos como necessário que todos que sonham com um Brasil livre e democrático se unam num único projeto de convergência", justificou Rocha.

Na mensagem, que dura 3 minutos e 19 segundos, ele afirma que não faria nada de diferente do que fez. "Sou um crítico do empresário-moita, aquele que se acovarda, e não me sentiria em paz se tivesse me omitido nesse momento crucial", declarou.

"Saio do processo eleitoral com a firme convicção de que me lançar nesse projeto, mesmo interrompendo a minha carreira empresarial no seu melhor momento, foi uma decisão acertada", acrescentou.

Depois de agradecer sua família, amigos e apoiadores, ele disse que não poderia deixar de "mencionar o apoio dos intrépidos garotos do MBL, que estiveram comigo nessa jornada".

Rocha afirmou ainda que o PRB é um "grande partido" que o "acolheu com entusiasmo e que tem todas as condições de liderar um diálogo firme em busca de construir a proposta mais equilibrada para o Brasil".

A fala do empresário não cita qualquer presidenciável que poderá receber o apoio do PRB. Segundo o Painel, a sigla faz parte do grupo que discute se sela uma aliança com Ciro Gomes (PDT) ou com Geraldo Alckmin (PSDB), mas pende para o tucano.

Rocha argumentou que o período de pré-campanha não foi em vão. "Estou convicto de que ajudei a inspirar aqueles que produzem ou que desejam produzir, e que nós podemos e devemos ser protagonistas dessa luta política que não se esgota nessa eleição", afirmou, acrescentando que apresentou uma agenda "verdadeiramente liberal na economia".

"A retirada da pré-candidatura não significa que parei de trabalhar pelo meu ideal de nação. Minha iniciativa segue ainda mais firme, e estou certo de que poderei, junto com o PRB, contribuir para a discussão que se seguirá. Vejo no horizonte um Brasil livre", declarou. Ele se despediu da pré-campanha desejando "que Deus nos guie nesse momento decisivo da nossa história".

Na última terça-feira (10), Rocha almoçou com outros dois presidenciáveis com intenções de voto semelhantes às suas, Guilherme Afif Domingos (PSD) e Paulo Rabello de Castro (PSC). O pré-candidato do PSD enfrenta dificuldades dentro de seu partido para viabilizar sua candidatura. Lideranças da sigla tendem a apoiar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB).

Nota assinada por Rocha, pelo presidente nacional do partido, Marcos Pereira, e pela bancada da sigla no Congresso, informou que a decisão foi tomada em conjunto entre as três partes.

"Há um entendimento claro de que o país não pode flertar com os extremos e, por isso, mais do que nunca durante todo o processo, é fundamental que as forças de centro se unam num único projeto", diz o comunicado. A nota diz ainda que o espaço para o diálogo está aberto.

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