Contra Eduardo Paes, Crivella deve apoiar Garotinho ao governo do Rio
Pauline Almeida
Colaboração para o UOL, no Rio
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Gustavo Serebrenick 9.out.2014 /Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo
Anthony Garotinho participa de evento com Marcelo Crivella nas eleições de 2014
O PRB, do prefeito do Rio Marcelo Crivella, deu uma guinada e deve apoiar Anthony Garotinho (PRP) ao governo do estado. Havia a expectativa que o Partido Republicano Brasileiro defendesse a candidatura do deputado federal Indio da Costa (PSD), união que não foi adiante por dois motivos: críticas de Indio ao prefeito, de quem é ex-secretário municipal, e a falta de força do deputado para derrotar Eduardo Paes, que deve ser a escolha do DEM ao Palácio Guanabara.
"No sábado agora, dia 21, na sede do PRB, a Executiva Estadual se reúne com todos os pré-candidatos do partido, aí sim vamos ter a definição oficial. (...) Pelo andar do que foi conversado entre as cúpulas, está bem propenso a ir com Garotinho, pois o partido teve o apoio do PR (ex-partido de Garotinho), em 2016, para a eleição de Crivella", disse ao UOL Isaias Zavarise, vice-presidente estadual do PRB.
Em troca do apoio a Garotinho para o Palácio Guanabara, o PRB quer reeleger o senador Eduardo Lopes, suplente de Crivella que assumiu a vaga a partir de 2016. A eleição para o Senado no Rio terá nomes de peso, como o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL) e o deputado federal Chico Alencar (PSOL), com expectativa de batalha acirrada nas urnas.
Apesar da crise que enfrenta na capital, acusado de oferecer benefícios a grupos evangélicos, o prefeito do Rio tem grande capilaridade na Baixada Fluminense. Já Garotinho deve trazer votos do interior e região serrana.
O partido do prefeito do Rio de Janeiro busca uma candidatura forte o bastante para derrotar Eduardo Paes, que já governou o município pelo MDB e deve contar com o apoio da antiga legenda no pleito. Se eleito, ele poderia trazer um grupo de oposição a Crivella nas próximas eleições municipais, em 2020.
Além das repercussões eleitorais, o vice-presidente estadual do PRB defende o fim dos governos do MDB, que somam três gestões seguidas no estado. "Não se trata só de derrotar o [Eduardo] Paes, mas de mudar, mudar essa hegemonia de muitos anos no poder", disse.
Procurado pela reportagem, Anthony Garotinho disse que aguarda uma postura oficial do PRB e que negocia tanto com o partido de Crivella quanto com o Partido dos Trabalhadores.
Em nota, Garotinho afirmou que as alianças já firmadas são com o PPL, Pros e Patriotas. "Ontem, o presidente do PRB trouxe ao meu conhecimento a informação de que a aliança com o candidato Índio da Costa estava desfeita e que o PRB tinha interesse em abrir um diálogo com a minha candidatura. Tenho também conversado com lideranças do PT. Não há, até o momento, fechamento algum de aliança com o Partidos dos Trabalhadores ou com o PRB. O que existe é um desejo de todos de derrotarmos esse grupo político liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral que destruiu o Estado do Rio e que, nesta eleição, será representado por Eduardo Paes", disse o ex-governador.
Do lado do PT, o presidente da legenda no RJ, Washington Quaquá, disse que a filósofa Marcia Tiburi ainda é a escolha para a disputa ao governo do estado e que só negocia com Garotinho para que também seja palanque de Lula à Presidência. Já o pré-candidato do PRP disse que ouviu uma versão diferente do PT, sem entrar em detalhes.
Fim da união entre Indio da Costa e Crivella
Rivais que protagonizaram momentos de troca de farpas nas eleições municipais à Prefeitura do Rio em 2016, Marcelo Crivella e Indio da Costa acabaram juntos no governo, com o deputado como secretário de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação.
Durante o período de pré-candidatura, Indio da Costa dizia contar com o apoio do prefeito do Rio para concorrer ao governo do Estado. O deputado, que agora se aproxima do PSDB, teria chateado o chefe do Executivo municipal com críticas à reunião que Crivella fez com 250 líderes evangélicos e gerou uma polêmica sobre um suposto favorecimento de grupos religiosos pela Prefeitura.
"Um erro. Ele não precisava ter feito aquela reunião. Não é boa para ele, para os evangélicos e para a sociedade. Por outro lado, não tem motivo nenhum para o impeachment por causa disso", declarou Indio da Costa ao UOL na última semana.
Já com a relação abalada com Marcelo Crivella, Indio da Costa dizia ainda acreditar em uma aliança, porém, o fim do 'namoro' eleitoral chegou ao fim na quarta-feira (18).
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