Em discurso como candidato, Alckmin diz querer "devolver dignidade roubada"

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

Oficializado como candidato à Presidência da República pelo PSDB neste sábado (4), o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin declarou querer "devolver a dignidade roubada" dos brasileiros e responsabilizou o PT por discursos radicais e pelo índice de desemprego no país, atualmente em cerca de 13%.

"Sou candidato para buscar um mandato que pode ser resumido em uma frase: vamos mudar o Brasil e devolver aos brasileiros a dignidade que lhes foi roubada. Aceito ser o candidato pelo PSDB e pelos demais partidos que aqui nos apoiam, desta ampla aliança, dos que acreditam no caminho do desenvolvimento e não na rota da perdição do radicalismo", afirmou.

O nome de Alckmin foi aprovado por 288 votos a favor e um contra na convenção nacional do partido pela manhã.

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Esta é a segunda vez que Alckmin concorre à Presidência -- ele participou da corrida ao Planalto em 2006. Na época, passou ao segundo turno, mas perdeu para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se reelegeu.

Ele responsabilizou os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff pelo alto índice de desemprego e criticou o "radicalismo" da sigla. Para Alckmin, há o uso de declarações de "ódio", como de pobres contra ricos, para a "manipulação eleitoral".

No campo econômico, falou que o povo não aguenta mais um Estado caro e corporativista com a mais alta carga tributária entre os países emergentes. Ele defendeu reformas, como a da Previdência, para o país voltar a crescer e disse estar disposto a combater a "corrupção endêmica".

"Temos mais do que um plano, temos um programa de governo elaborado pelas mais brilhantes e dedicadas mentes deste país liderados por Fernando Henrique Cardoso. Fomos buscar os pais do Plano Real", ressaltou.

"Vamos mudar o Brasil para garantir a todos, especialmente aos mais humildades, direitos, condições dignas e oportunidades para progredir na vida", citando professores e trabalhadores de fábricas de periferias, entre outras profissões.

Alckmin também agradeceu o apoio dos partidos e tucanos aliados, além da mulher, Maria Lúcia – a dona Lu –, a quem chamou de "companheira de alegrias e sofrimento". "Sou ainda mais apaixonado", falou.

O senador Aécio Neves (MG) não foi citado nominalmente. Em meio a acusações de corrupção por delatores da JBS e ao anúncio de que tentará se candidatar à Câmara, ele foi ignorado nas falas dos presentes à convenção.

Alckmin afirmou que o "apreço" de Ana Amélia pela "verdade é a marca dos que entram para a vida pública para lutar sem descanso e, assim, melhorar a vida dos cidadãos". Para o tucano, ela representa o chamado "novo" na política porque, "em seu primeiro mandato, já fez muito mais do que muitos que fingem há décadas não serem políticos".

O ex-governador de São Paulo conta com o apoio de oito partidos na coligação: DEM, PP, PR, PRB, PSD, PTB, PPS e Solidariedade. Ele é o presidenciável que mais conta com o suporte de outras siglas.

Mais cedo, questionado pelo UOL duas vezes sobre como lidará com as cobranças de cargos e de envolvimento em políticas públicas por parte desses oito partidos em seu eventual governo – o PRB, por exemplo, já fez advertências neste sentido –, Alckmin esquivou-se e não respondeu.

Apesar de ter formado esse grupo, ao longo da pré-campanha, Alckmin sofreu desconfiança quanto à sua capacidade de se candidatar e se eleger. Sua candidatura era ameaçada pelo ex-prefeito de São Paulo e "pupilo" João Doria, que se candidata ao governo paulista.

Natural de Pindamonhangaba (SP), Alckmin tem 65 anos e é médico anestesista formado pela Universidade de Taubaté. Foi vereador e prefeito de Pindamonhangaba, deputado estadual e federal por São Paulo e quatro vezes governador de São Paulo.

Ana Amélia: 'governo austero'

Em seu primeiro discurso após ser anunciada como candidata a vice, Ana Amélia afirmou que a decisão de aceitar compor a chapa foi o "maior desafio" de sua carreira profissional porque já estava com a campanha à reeleição bem encaminhada ao Senado. No entanto, disse não ter mais dúvidas de que "não poderia se omitir nesta hora". Ana Amélia falou querer contribuir com a chapa justificando que "a régua moral de Geraldo Alckmin é a mesma" que a dela durante seu mandato como senadora.

Ela entende ser necessário um Brasil mais "unido, justo desenvolvido, novo, que não vai deixar seus filhos como esses jovens fugir do país em busca de oportunidades". Ainda segundo a candidata, a população busca um governo austero nos gastos do dinheiro público e cuidadoso com a saúde, educação infraestrutura e agricultura, entre outros setores.

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