Romário diz não entender de economia e cogita general Heleno para Segurança

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

O candidato do Podemos ao governo do Rio de Janeiro, Romário, afirmou neste sábado (4) que "não é especialista em economia" e que, se eleito, dará "100% de autonomia" para o economista Guilherme Mercês, que assumiria o posto de secretário estadual de Fazenda. O pleiteante ao Executivo fluminense adotou discurso semelhante ao do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que, em relação ao tema, tem dito que delegaria toda responsabilidade ao economista Paulo Guedes em caso de vitória no pleito.

"Eu não sou especialista em economia. Por isso que eu fiz questão de indicar o Guilherme Mercês, um cara que vai tocar isso. Ele vai ter 100% de autonomia para tocar a minha Fazenda. Essa foi a melhor escolha que eu poderia fazer", declarou o candidato.

"Não sou especialista em educação e não sou especialista em saúde. O meu objetivo é montar, chamar e convidar os grandes profissionais dessas áreas e que estejam totalmente fora desse movimento dos últimos anos da política."

Mercês, que se licenciou do cargo de economista-chefe da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), tem colaborado com as articulações do programa de governo do candidato.

Leia também:

Senador desde 2014 e ex-jogador de futebol, Romário teve seu nome oficializado nesta manhã durante a convenção estadual do Podemos, na Tijuca, na zona norte da capital fluminense.

Na disputa para chegar ao Palácio Guanabara, o concorrente do Podemos aposta suas fichas em uma dobradinha com o PR, sigla que aderiu à chapa após recusar convite para fazer parte da coligação do pleiteante do DEM, Eduardo Paes. Com isso, pôde indicar o vice de Romário: o deputado federal e ex-policial militar Marcelo Delaroli.

Em relação à segurança pública, Romário revelou que terá na próxima semana uma conversa com o general Augusto Heleno, filiado ao PRP e que já foi cotado para vice de Bolsonaro na corrida presidencial. Segundo o candidato ao governo, o militar é cotado para uma eventual titularidade da Secretaria de Segurança Pública do RJ.

"Vou ter uma conversa com o general Augusto Heleno na semana que vem, em Brasília, para entender dele qual é o pensamento dele e o que ele acha do Rio de Janeiro. O que ele pretende do seu futuro. Dependendo, não foi feito ainda, mas poderia até fazer um convite a ele para que ele seja meu secretário de Segurança."

Assim como no tema da economia, a perspetiva de Romário para o Executivo estadual lembra a do concorrente à Presidência da República pelo PSL. Em várias entrevistas, Bolsonaro já disse que contava com a atuação ativa do general Augusto Heleno em uma eventual equipe de governo, inclusive para indicar o ministro da Defesa.

Lavagem de dinheiro

Romário também se defendeu de algumas críticas relacionadas a um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda, com indícios de lavagem de dinheiro em operações bancárias envolvendo o senador.

O documento indicaria, segundo reportagem de "O Globo", que o candidato ao governo fluminense tem uma conta em nome da irmã, Zoraidi de Souza Faria, com o "intuito de ocultar" movimentações financeiras feitas por ele. Entre os bens ocultados, haveria ao menos dois apartamentos e um carro de luxo.

"O dinheiro é meu. Eu consegui com o meu suor e não devo nada para eles. (...) Eu dou para quem eu quiser. Eu dou para a minha irmã, para a minha mãe, para quem eu quiser. Não vai ser por causa de notícias de jornais que vocês vão tirar o meu foco", declarou o candidato, em discurso, elevando o tom de voz.

Posteriormente, na entrevista à imprensa, Romário disse que a presença dos jornalistas o incentivou a responder, pela primeira vez, de forma mais contundente sobre os fatos narrados na reportagem de "O Globo". "Eu até hoje tenho só recebido ataques e críticas. E a presença maciça de vocês aqui hoje [imprensa] fez com que eu definitivamente falasse a verdade do que eu acho em relação aos adversários e a verdade da situação minha que anda saindo aí na imprensa. Nada nem ninguém vai tirar o meu foco", rebateu.

O político do Podemos, que já foi do PSB, atribuiu a decisão de concorrer ao governo a fracassos de experiências recentes cujos candidatos receberam apoio dele.

"Eu apoiei o Eduardo Paes, apoiei o Crivella, apoiei o Pezão... e quero aproveitar a oportunidade para agradecer a esses caras por me darem essa oportunidade de eu ter apoiado e eles não terem feito nada daquilo que eu imaginava que eles fariam. Eles hoje são inspiração para que eu seja candidato ao governo do Rio. Por eles não terem feito nada daquilo que se comprometeram comigo, eu cheguei à conclusão de que eu vou fazer."

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos