Candidatos ao governo SP têm 1º debate por eleição mais acirrada em 16 anos

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

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    Da esquerda para a direita: Doria, Skaf, França e Marinho

    Da esquerda para a direita: Doria, Skaf, França e Marinho

No pleito que se mostra o mais disputado desde 2002, última vez em que os paulistas levaram a decisão para segundo turno, os candidatos ao governo de São Paulo na eleição deste ano se enfrentam pela primeira vez em um debate eleitoral nesta quinta-feira (16), às 22h, na TV Bandeirantes. O encontro será retransmitido pelo UOL.

Os últimos ajustes para o debate de hoje foram definidos em reunião realizada na última segunda (13), na própria Band, em São Paulo, com representantes dos partidos.

Por ordem de posicionamento no cenário do evento, tirado em sorteio e na ordem da esquerda para a direita, participarão os candidatos ao governo Márcio França (PSB), Rodrigo Tavares (PRTB), Paulo Skaf (MDB), Marcelo Cândido (PDT), João Doria (PSDB), Luiz Marinho (PT) e Lisete Arelaro (PSOL).

Empresários "novatos"

Diferentemente das três últimas eleições, vencidas sem grandes dificuldades em turno único por políticos tradicionais tucanos – José Serra, em 2006; e Geraldo Alckmin, em 2010 e 2014 --, na deste ano, a liderança nas pesquisas mais recentes de intenção de votos tem tido como protagonistas dois empresários relativamente novos no meio político.

João Doria, sob o mote de que busca defender um legado de 24 anos de vitórias de políticos tucanos no governo do Estado, aparece tecnicamente empatado na disputa com o presidente licenciado da Fiesp (Federação da Indústrias do Estado de São Paulo), o também empresário Paulo Skaf.

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Doria saiu da Prefeitura de São Paulo com pouco mais de um ano e três meses de mandato – o primeiro para o qual fora eleito, em 2016 - e deixou o cargo com uma taxa de reprovação superior a 30%.

Skaf, embora também "novato" sob o aspecto de nunca ter ocupado cargo eletivo, tenta pela terceira eleição seguida chegar ao Palácio dos Bandeirantes. Em 2010, então filiado ao PSB, o empresário obteve pouco mais de um milhão de votos e não avançou ao segundo turno. Em 2014, Alckmin se reelegeu já no primeiro turno, mas Skaf, no PMDB (hoje MDB), ficou na segunda colocação com mais que o quádruplo de votos de 2010: cerca de 4,5 milhões.

Procuradas sobre a estratégia que será adotada no debate desta quinta, as assessorias das principais candidaturas ao governo prometeram que seus candidatos aproveitarão o evento para apresentação de propostas ao eleitor.

A assessoria de Doria informou que o tucano "não quer bater boca" com os adversários. "João pretende apresentar propostas para o eleitor."

A assessoria de Skaf adotou tom semelhante ao afirmar que o emedebista espera "um debate em alto nível, para discutir propostas para São Paulo".

Chance de ser visto

Em terceiro lugar nas pesquisas, em processo ainda lento de crescimento, mas com o segundo maior tempo de TV (fica atrás apenas de Doria) devido a uma coligação com oito partidos, vem Marcio França (PSB) – vice até abril deste ano de Alckmin, que renunciou ao mandato para disputar a Presidência. Questionada pela reportagem, a assessoria do governador não informou qual será a estratégia dele no debate.

A última disputa em que os paulistas tiveram de votar em dois turnos foi em 2002, com vitória de Alckmin, no segundo turno, sobre José Genoino (PT).

Desta vez, o PT vê mais distante a façanha de 2002 de levar seu nome para uma segunda etapa eleitoral com a candidatura de Luiz Marinho, ex-ministro de Lula e ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O petista não tem passado de 5% nas pesquisas recentes.

Contra ele, pesam ainda o desconhecimento na capital, a condenação e prisão do principal líder do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a maciça derrota de Dilma Rousseff em São Paulo em 2014 para Aécio Neves, que obteve cerca de 70% dos votos válidos no estado.

A assessoria de Marinho admitiu que os debates serão fundamentais para ele se apresentar ao eleitor e classificou o encontro desta noite como "um momento de vencer uma das grandes dificuldades" da candidatura petista, "que é a falta de conhecimento por parte do eleitorado".

Debate terá bloco dedicado a assunto que preocupa eleitor

Formato do debate

Ao todo, o debate de hoje terá quatro blocos, com mediação do jornalista Fábio Pannunzio. No primeiro, os candidatos terão de responder uma pergunta única feita pelos leitores do Jornal Metro. Em seguida, a partir de pesquisa feita pela Band, será definido um tema para que os candidatos debatam entre eles. Todos perguntarão uma vez, e cada candidato pode ser escolhido a responder até duas vezes.

Perguntas de jornalistas do Grupo Bandeirantes aos postulantes ao governo darão a tônica do segundo bloco. No terceiro, os candidatos farão perguntas uns para os outros, com a sequência definida novamente por sorteio. O quarto e último bloco será destinado às considerações finais.

Além de São Paulo, a Band promove também na quinta debates com os candidatos ao governo dos seguintes estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Distrito Federal. Outros estados terão debates em datas ainda a serem divulgadas.

Se houver segundo turno para as disputas estaduais, a emissora realizará nova rodada de debates no dia 18 de outubro –a dez dias da votação.

Depois do debate desta quinta na Band, há outros cinco entre candidatos ao governo de SP no primeiro turno, agendados para: 24 de agosto, organizado pela RedeTV! em parceria com a revista IstoÉ, às 22h; 16 de setembro, organizado pela parceria TV Gazeta/ Estadão, às 19h30; dia 19 de setembro, promovido pelo SBT, em parceria com a Folha e o UOL, às 18h; dia 28 de setembro, realizado pela TV Record, 22h; e dia 2 de outubro, realizado pela Rede Globo, também às 22h.

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