Em 4 anos como governador da Bahia, Rui Costa quase triplica patrimônio

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

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    Rui Costa (PT) em ficha de registro de candidatura do TSE

    Rui Costa (PT) em ficha de registro de candidatura do TSE

Em quatro anos como governador da Bahia, Rui Costa (PT) teve um acréscimo em seu patrimônio na ordem de 178,5%, de acordo com a declaração feita pelo próprio petista. O dado foi enviado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) quando Costa registrou sua candidatura à reeleição.

Em julho de 2014, enquanto ainda era candidato ao governo baiano, Rui Costa apresentou à justiça eleitoral R$ 242 mil em patrimônio, em números atualizados pela inflação. Depois de quatro anos como chefe do Executivo na Bahia, seus bens quase triplicaram, chegando a R$ 674 mil.

O que alavancou o patrimônio do governador baiano, aparentemente, foi uma troca de imóvel. Quatro anos atrás, ele havia declarado ter um apartamento avaliado em R$ 150 mil (ou R$ 191 mil com a inflação). Além do imóvel, ele tinha algumas ações e aplicações bancárias.

Em 2018, Rui Costa afirma ter um apartamento avaliado em R$ 632 mil, mais que o triplo do valor do imóvel declarado quatro anos atrás. Além do apartamento, o governador continua com ações e aplicações bancárias. Ao longo do mandato, o salário mensal do governador foi de R$ 22,4 mil.

A assessoria de imprensa do governador baiano não respondeu ao pedido de posicionamento feito pela reportagem desde a tarde de quarta-feira (15). A comunicação do candidato à reeleição foi contactada por telefone e mensagens.

Um dos assessores questionou se a reportagem retrataria os demais candidatos. Ele disse que seria enviado um retorno, o que não foi feito até esta publicação.

O vice de Rui Costa é o empresário João Leão (PP), que declarou ao TSE ter, em 2018, R$ 2 milhões. Quatro anos atrás, o empresário filiado ao Partido Progressista tinha R$ 1,3 milhão em valor já corrigido pela inflação. 

José Ronaldo declara maior patrimônio em BA

O candidato José Ronaldo (DEM) foi quem declarou o maior patrimônio entre os postulantes ao governo da Bahia. Ele informou ao TSE ter R$ 2,1 milhões este ano. Em 2016, quando eleito prefeito de Feira de Santana (BA), Ronaldo declarou R$ 1,7 milhão (corrigido pela inflação). Ou seja, teve um acréscimo no patrimônio de 23,5% em dois anos.

Chama a atenção o valor dos três imóveis do candidato: duas casas de R$ 11 mil e de R$ 9 mil, e um apartamento de R$ 6,2 mil. A maior parte do seu patrimônio corresponde a investimentos bancários.

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José Ronaldo (DEM) em ficha de registro de candidatura do TSE

Em nota, o candidato do DEM afirma que manteve na declaração de Imposto de Renda o valor pago na aquisição dos imóveis, 30 anos atrás. "Qualquer cidadão que faz declaração de imposto de renda sabe que o valor de um apartamento não é declarado com o preço de hoje, mas, sim, pelo valor da época em que comprou. Ao longo dos anos não se corrige valor de imóvel no país", disse.

"Ninguém está escondendo nada. Quem fiscaliza isso é a Receita Federal. Ao longo de toda a minha existência nunca foi apontada nenhuma irregularidade em minha declaração. Trata-se de um apartamento de segunda mão, que comprei há 30 anos, financiado pela caixa econômica", disse o candidato do DEM.

A vice de José Ronaldo na chapa é a médica Mônica Bahia (PSDB). Ela declarou ter R$ 298 mil em bens. É a primeira vez que ela disputa um cargo público. 

O patrimônio dos demais candidatos

O economista João Henrique (PRTB) declarou ter R$ 1,5 milhão em patrimônio, sendo que R$ 1,3 milhão em investimento. Dois anos atrás, quando tentou ser vereador de Salvador pelo PR, mas não foi eleito, declarou ter R$ 1,6 milhão em valores já corrigidos. A vice de João Henrique, a advogada Antonia Maria dos Santos, declarou ter apenas um carro de R$ 20 mil. É a primeira vez que ela entra em uma disputa eleitoral.

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João Henrique (PRTB) em ficha de registro de candidatura do TSE

Célia Sacramento (Rede) declarou ter R$ 1,1 milhão. Sendo que tem um apartamento de R$ 850 mil e um terreno de R$ 240 mil. Em 2014, quando foi vice na chapa presidencial de Eduardo Jorge (PV), declarou ter R$ 1 milhão. Seu vice, José Itamário, do mesmo partido, informou ao TSE ter R$ 84 mil. É sua primeira eleição.

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Célia Sacramento (Rede) em ficha de registro de candidatura do TSE

Marcos Mendes (PSOL) afirmou à justiça eleitoral ter um apartamento de R$ 300 mil e um carro de R$ 15 mil. Exatamente os mesmos bens de quatro anos atrás, quando também foi candidato a governador. Sua vice, Dona Mira, informou em sua primeira disputa ter uma casa de R$ 60 mil.

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Marcos Mendes (PSOL) em ficha de registro de candidatura do TSE

João Santana (MDB) afirmou ter R$ 320 mil em bens em sua primeira disputa. Sua vice, Jeane Cruz, do mesmo partido, informou ter R$ 870 mil também em sua primeira eleição.

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João Santana (MDB) em ficha de registro de candidatura do TSE

Orlando Andrade (PCO) não cadastrou nenhum bem à justiça eleitoral. Assim como seu vice, Silvano Alves.

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Orlando Andrade (PCO) em ficha de registro de candidatura do TSE

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