STF arquiva investigação de caixa 2 contra Garcia, vice na chapa de Doria
Felipe Amorim
Do UOL, em Brasília
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Luiz Cláudio Barbosa/Código19/Estadão Conteúdo
Rodrigo Garcia (de pé) é vice na chapa de Doria ao governo de SP
A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu determinar o arquivamento de um inquérito contra o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP), por suspeitas de caixa dois na campanha de 2010 apontadas por delatores da Odebrecht.
Garcia é candidato a vice na chapa ao governo de São Paulo liderada pelo ex-prefeito da capital João Doria (PSDB).
O relator do inquérito no STF, ministro Gilmar Mendes, entendeu que a investigação já havia se alongado demais sem que fossem apresentadas provas das suspeitas contra Garcia e, por isso, determinou o arquivamento do inquérito.
Os ministros Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli acompanharam o voto de Gilmar.
O ministro Celso de Mello foi contra o arquivamento e defendeu que o caso fosse encaminhado à Justiça Eleitoral, como pedia a PGR (Procuradoria-Geral da República).
A Procuradoria era contra o arquivamento e defendia que o inquérito fosse remetido à Justiça Eleitoral de São Paulo, para a continuidade da investigação, já que os fatos suspeitos ocorreram quando Garcia ainda não era deputado federal.
Gilmar Mendes afirmou que a decisão sobre arquivamento de inquéritos não deve estar vinculada à opinião do Ministério Público, órgão responsável pela acusação.
"Se surgirem fundamentos, o Ministério Público poderá pedir novas investigações", disse Gilmar.
"Mas que não se confiram poderes ilimitados ao Ministério Público, até porque não existem instituições com poderes ilimitados", afirmou o ministro.
Ministros do STF têm determinado o arquivamento de investigações com base no argumento de que apesar do tempo decorrido desde a instauração do processo não foram indicadas provas que corroborem as suspeitas apontadas nas delações.
Pelo menos outras seis investigações abertas a partir das delações da Odebrecht já foram arquivadas por decisão dos ministros Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli.
O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que se forem encontradas novas provas, o Ministério Público poderá propor a reabertura da investigação.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com o advogado de Rodrigo Garcia.
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