Haddad chama Aécio de "valentão que fugiu pro mato" durante comício em BH
Carlos Eduardo Cherem
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte
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CRISTIANE MATTOS/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
28.ago.2018 - Haddad (PT), Pimentel (PT), Jô Moraes (PCdoB), Dilma (PT) e Manuela (PCdoB) participam de comício em BH
Os petistas Fernando Haddad, Dilma Rousseff e Fernando Pimentel, candidatos a vice-presidente, senadora e governador de Minas Gerais, respectivamente, participaram de comício na noite desta terça-feira (28) em Belo Horizonte e usaram grande parte de seus discursos para atacar os senadores tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia.
A ex-presidente atribuiu à dupla a responsabilidade pelo impeachment que ela sofreu em 2016.
"Esse golpe tem lado. O responsável pelo golpe de 2016 é candidato ao governo de Minas", disse Dilma em referência a Anastasia, principal adversário de Pimentel na disputa pelo Executivo mineiro. "Quando sofri o impeachment, sofri a maior dor. A dor da injustiça", afirmou a petista, acrescentando que o "golpe foi também capaz de prender o Lula".
Dilma também lembrou de sua história de vida para criticar os adversários e reforçar sua decisão de mudar o domicílio eleitoral – que era no Rio Grande do Sul – para candidatar-se em Minas. "O golpe de 1964 me tirou de Minas Gerais. O de 2016 me fez voltar."
Haddad, que deve assumir a cabeça de chapa se a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva for barrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), voltou suas críticas a Aécio, candidato a deputado federal por Minas.
"O neto do mártir da democracia, Tancredo Neves, atentou contra a própria democracia", declarou Haddad, que completou: "e o seu parceiro tem um nome: Anastasia".
O ex-prefeito de São Paulo ainda ironizou o fato de Aécio, que disputou a Presidência em 2014, ter optado por concorrer a uma vaga na Câmara, e não no Senado, neste ano.
"Temos uma boa nova: o valentão correu pro mato", discursou. "Fugiu da briga pra longe".
Dilma e Pimentel juntos
Este foi o primeiro ato de campanha de Dilma e Pimentel juntos, desde o início do processo eleitoral. Os dois se encontrariam no sábado (25), em um evento do partido em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, mas Pimentel não foi, alegando compromisso de última hora que teria como governador em Brasília.
Ontem, o ex-ministro do Desenvolvimento Econômico de Dilma negou que haja "indisposição" entre ele e a ex-presidente. A petista barrou a presença do MDB mineiro na chapa petista, pelo fato de que a maioria dos deputados votaram pela admissão de seu impeachment na Câmara.
Pimentel, ao contrário, trabalhava para ter o grupo, que o apoiou em 2014, novamente na chapa. Mas teve de ceder.
Também participaram do comício desta terça a deputada estadual Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), que deve assumir a vice na chapa presidencial petista após a decisão do TSE sobre Lula, e a candidata a vice-governadora Jô Moraes (PCdoB).
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