Ataque fortalece campanha e legitima propostas de Bolsonaro, diz socióloga

Guilherme Azevedo

Do UOL, em São Paulo

  • Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress

    Bolsonaro é recebido por apoiadores no aeroporto Afonso Pena, na Grande Curitiba

    Bolsonaro é recebido por apoiadores no aeroporto Afonso Pena, na Grande Curitiba

O que o atentado a faca contra Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência com a maior intenção de votos no cenário sem Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode significar para o futuro da campanha dele e das eleições em geral?

A socióloga Esther Solano, 35, autora de estudos sobre o que pensam os eleitores do capitão reformado do Exército e deputado federal desde 1991, afirma que o atentado deverá fortalecer a campanha presidencial dele, acentuar o antiesquerdismo e ainda dar legitimidade a propostas polêmicas, como a de armar o cidadão.

Na entrevista ao UOL, feita no final de agosto e complementada com o ataque de quinta-feira (6) em Juiz de Fora (MG), a socióloga, natural da Espanha e professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), analisa o discurso de Bolsonaro e apresenta uma radiografia de seus apoiadores.

Para os eleitores do deputado militarista, pontua Solano, citando suas pesquisas, ele é um homem do povo, que fala numa linguagem simples que todo mundo entende, honesto e sincero.

Segunda ela, o estilo e a trajetória do presidenciável do PSL se assemelham ao de Lula, em quem um dia muitos dos hoje apoiadores de Bolsonaro votaram, mas dizem não votar mais.

Divulgação
A socióloga Esther Solano

UOL - Qual é o significado do ataque a faca contra Bolsonaro para as eleições?

Esther Solano - É um episódio inteiramente lamentável e deve fortalecer a candidatura de Bolsonaro. Vai reforçar a narrativa do atentado, de que está sendo vítima e perseguido pela esquerda, porque o agressor ainda foi filiado ao PSOL [o servente de pedreiro Adélio Bispo de Oliveira, 40, foi integrante do PSOL de Uberaba (MG) entre 2007 e 2014].

Então vai ter uma narrativa antiesquerdista muito forte dos seguidores, a ideia do ódio à esquerda, ao comunismo. Essa criminalização e culpabilização da esquerda pelo lado da retórica do vitimação, a lógica do atentado. E reforça, obviamente, a ideia que ele vem colocando sempre sobre punição, a mão dura, a ideia de que o homem de bem tem que estar armado.

Infelizmente, legitima a candidatura dele por essas três vias: o antiesquerdismo; ele se colocando como vítima; e a ideia de que a única alternativa para que não aconteça essas coisas é armar o cidadão de bem e ter mão dura na segurança pública.

UOL - O movimento recente mais à direita no Brasil, de que Bolsonaro é uma liderança, foi um susto para a senhora? Ou era algo que já observava em outras partes também?

Não foi um susto em nada, porque a gente já observava isso na esfera internacional sobretudo depois da eleição do Trump [do republicano Donald Trump, vencendo a candidata democrata Hillary Clinton de forma surpreendente para grande parte dos analistas e da imprensa] e do Brexit [anúncio da saída do Reino Unido da União Europeia]. E aqui no Brasil isso já vinha se dando havia algum tempo.

Para mim estava claro que essa eleição ia ser muito mais à direita e o que me desesperava era que muitos setores, tanto da política partidária como da própria imprensa e até da academia, não davam atenção suficiente para o fenômeno. Um pouco como aconteceu com Trump, quando as pessoas menosprezaram a figura dele, até que ganhasse a eleição. Aqui está acontecendo uma coisa muito parecida.

Até que Bolsonaro se colocasse como segundo colocado nas pesquisas eleitorais, ninguém o levava muito a sério
Esther Solano, socióloga

UOL - Essa observação se baseava em quais traços que estavam mais ou menos se tornando reconhecíveis?

Fundamentalmente, nas primeiras manifestações pelo impeachment [de Dilma Rousseff, PT], em 2015, já fazíamos algumas pesquisas e dava para observar que por trás do antipetismo, que era muito forte, o que se tinha na verdade era um conteúdo de negação da política. De cansaço, de frustração com os políticos. Dava para ver que as pessoas não queriam a política tradicional, um discurso de desesperança.

E a figura do Bolsonaro já começava a aparecer, em 2014 e 2015, com essa ideia de que seria o único candidato honesto, ético, sem corrupção, junto com outros nomes [de fora da política], como Joaquim Barbosa [o jurista que presidiu o STF (Supremo Tribunal Federal) à época do mensalão, no primeiro governo Lula, e cogitado para candidato a presidente nestas eleições, o que ele rejeitou].

Márcio Fernandes/Estadão Conteúdo
Manifestantes comemoram impeachment de Dilma, na avenida Paulista

UOL - Essa tradição um pouco mais conservadora e autoritária já se manifesta na história brasileira há bastante tempo. Nos anos de 1930, por exemplo, observa-se o integralismo, com a liderança de Plínio Salgado, de inspiração fascista. Depois figuras, como Enéas [Enéas Carneiro, três vezes candidato a presidente da República pelo então Prona e deputado federal mais votado no país, dono de discurso forte]. Pode-se ver uma linha de continuidade nesse pensamento mais conservador? Ou Bolsonaro é diferente?

É uma continuidade histórica enorme. Até porque o Brasil é de fato um país com tradição conservadora, e politicamente também autoritário. É desigual, com uma estrutura racista ainda. Isso faz com que se tenha ainda uma velha política autoritária e antidemocrática, inclusive. O caso da elite, das oligarquias na política. Bolsonaro, na verdade, é uma continuação dessa cronologia das propostas autoritárias.

O que diferencia um pouco o Bolsonaro é, primeiro, o momento de crise intenso pelo qual o Brasil está passando, crises institucional, política e econômica muito fortes e que se juntam no mesmo momento. Há o antipetismo, a centro-direita com Alckmin [o candidato a presidente Geraldo Alckmin, do PSDB, e os partidos do "centrão" a ele coligados] quase esvaziada, a [Operação] Lava Jato pressionando, que é fator de crise também.

Outra novidade de Bolsonaro é a forma como ele se apresenta. Sobretudo por meio das redes sociais, com discurso um pouco diferente. A penetração de Bolsonaro nas redes sociais, por exemplo, é uma coisa muito desse século 21. Nova talvez seja um pouco a retórica, mas no fundo ele representa essa velha tradição autoritária.

UOL - O discurso dele, pegando um pouco desse posicionamento nas redes sociais, parece, na visão da teoria da sociedade do espetáculo [em que certos acontecimentos se transformam num show midiático, segundo o estudioso Guy Debord (1931-94)], de que a senhora também trata, essa coisa do "mito", "Bolsomito" etc. Talvez ele se converta num elemento da cultura do espetáculo, uma personagem.

Exatamente. Bolsonaro é um elemento de cultura pop, do espetáculo. E tem aí duas coisas. A primeira é um elemento do personalismo da política, que para mim é muito típico do Brasil. As pessoas votam mais naquele candidato carismático do que no partido. A ideia de que a figura é mais importante do que a questão programática. Isso favorece Bolsonaro, porque ele tem a capacidade de expressar o que pensa, certo carisma, consegue se comunicar com populações.

Personalismo da política brasileira favorece Bolsonaro
Esther Solano, socióloga

E depois tem a segunda coisa: essa forma um pouco teatralizada de Bolsonaro apresentar a política. Essa coisa do espetáculo, da mídia tradicional, mas sobretudo das redes. Essa coisa mais pop, sedutora, do meme, do vídeo, da coisa do mito. Uma linguagem que seduz, e muito juvenil também, por isso penetra mais facilmente.

Mas é uma linguagem muitas vezes vazia também, porque aposta muito na forma, na imagem, uma coisa mais populista e demagógica. Está esvaziado de propostas reais. Tem esse perigo.

Reprodução/WhatsApp
Meme compartilhado durante sabatina na TV

UOL - A senhora poderia fazer alguma aproximação desse discurso com alguma outra coisa que conhecesse nessa história mais tradicional?

O contraste. Bolsonaro apresenta uma coisa até meio paradoxal. Um discurso muito duro, com evidentes traços antidemocráticos, como outro dia na entrevista ao "Jornal Nacional" [da TV Globo], em que ele falava sobre a população LGBT, a condição do bandido.

O jeito que ele fala, encarando a imprensa, essa coisa do "mito" e da "lacração" [vitória num embate, uma ação bem-sucedida, de alguém que lacrou o outro, por exemplo], do uso de memes nas redes, parece que diminui o nível [de agressividade] do discurso.

O discurso de Bolsonaro continua sendo muito duro e antidemocrático do ponto de vista do conteúdo, mas a forma como se apresenta ameniza, parece algo mais leve e folclórico e as pessoas compartilham no Facebook, WhatsApp, YouTube
Esther Solano, socióloga

As pessoas gostam porque ele se apresenta como candidato que fala o que pensa, sincero, honesto, que não se deixa levar pelo marketing eleitoral. Que não tem roteiro definido, como outros candidatos. As pessoas estão valorizando isso, nas pesquisas.

Também, de alguma forma, um candidato antissistema, porque confronta as instituições. Diz: "Estou aqui, mas sou um político diferente, sou honesto, nunca me meti em corrupção". Então está criticando o sistema.

No "Jornal Nacional", [seu posicionamento] foi muito simbólico, porque estava confrontando também a grande imprensa. Os seguidores dele ficaram fascinados com essa entrevista, porque ele encara os jornalistas, fala que a Globo apoiou o golpe [militar de 1964, obrigando a emissora a se posicionar oficialmente no ar].

Há certa rebeldia antissistema e por isso gostam dele, ainda mais num momento em que a política tradicional está tão desvalorizada, como agora.

Apoiadores gostam do estilo rebelde e antissistema de Bolsonaro
Esther Solano, socióloga

UOL - Esse discurso de estar à margem e de representar uma população que se sente à margem, digo pensando especificamente nos evangélicos. A senhora, em seus estudos, chama a atenção: "Olha, gente, certos assuntos foram deixados à margem". E aí há um problema, que é de invisibilidade de uma população que é muito grande e foi crescendo, e importa buscar uma conexão com essa gente, não?

É invisibilidade da população, mas não só dos evangélicos. Penso, por exemplo, na classe média, as novas classes médias e as classes médias mais tradicionais, em que Bolsonaro tem muita penetração. A classe média também se sente invisível e se sentiu abandonada nos governos petistas. "Só governou para os mais pobres e os mais ricos."; "Pagamos impostos, somos trabalhadores, mas ninguém cuida da gente." Sensação de orfandade da classe média. Esse sentimento pode levar a figuras autoritárias, como Bolsonaro. Existem vários níveis de abandono.

Sobretudo diria que há certa invisibilidade de algumas pautas. Por exemplo, a pauta da segurança pública, que desespera a população e em que Bolsonaro deita e rola. Mas, como a esquerda praticamente não trabalha essa pauta, não tem propostas claras e específicas para ela.

Outra é a corrupção, a ética, em que também o campo progressista não faz a leitura de como seria um governo ético, [uma vez que] tem muita gente sua envolvida em escândalos de corrupção. Bolsonaro aproveita isso e faz uma força eleitoral dele.

UOL - A reclamação da classe média é legítima?

A frustração é perfeitamente legítima, a gente sabe que a agenda do sistema político brasileiro é capturada pela lógica econômica e empresarial. O que não é legítimo é apoiar discursos antidemocráticos, xenofóbicos, racistas, machistas em resposta a isso.

É compreensível que algumas pessoas tenham essa postura, mas infelizmente não dá para resolver problemas da democracia apresentando soluções antidemocráticas. Só vai piorar a vida de todo mundo
Esther Solano, socióloga

José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
Em março deste ano, em Copacabana, policiais lembraram a morte de colegas

UOL - A senhora tem alguma sugestão prática de aproximação com essa população, essa classe média muito furiosa?

Falta escutar as pessoas. Elas têm que ser escutadas nas suas reivindicações, por mais que essas reivindicações às vezes sejam muito diferentes da sua. A pessoa tem uma experiência de vida e uma forma de enxergar o mundo próprias e todo mundo tem de ser escutado. E há temas superlegítimos [com que essas pessoas se preocupam], como segurança pública e corrupção.

Sobretudo esse campo mais democrático e progressista tem que fazer isso, senão alguém vai fazer. Se a gente, que é democrata, não escuta e não dá certa resposta a tudo isso, alguém vai dar. Alguém vai dar uma certa resposta populista, enganosa e mentirosa, como Bolsonaro.

UOL - Com a eleição do Trump, muitos fizeram depois uma autoanálise do comportamento diante da campanha. Aí apareceu o pensamento de que as questões identitárias, que tinham sido colocadas no discurso de Hillary, de contemplar as minorias, acabaram sendo suplantadas pelo discurso do grande de novo, primeiro a gente ["Make America great  again" e "America first", motes de Trump], de que Bolsonaro tenta se aproximar. 

As pautas identitárias, que são muito caras para a luta progressista, a luta feminista, LGBT, antirracista, são importantes e têm potencial. Como esse campo identitário avançou muito rápido, e não só no Brasil, os votantes do Bolsonaro, que são mais tradicionalistas, sentem uma ameaça direta a eles. Como se essas pautas fossem inimigas do estilo de vida que eles têm. A reação é fortíssima e Bolsonaro organiza muito bem essa reação.

Brian Snyder/Reuters
Eleitor de Trump durante a campanha presidencial, em 2016

UOL - Quando se fala em defesa da família e contra uma possível dissolução dela, esses valores que comprometeriam a função de pai e de mãe, precisa considerar que, no Brasil, segundo o IBGE, a família monoparental, em que a mulher é a chefe, é hoje muito presente, sobretudo entre os mais pobres.

É uma hipocrisia enorme, que esconde todo esse conceito do cidadão de bem. É aquele sujeito que, no fundo, tem ainda estrutura de pensamento muito patriarcal e racista. Ele vê sua forma de vida ameaçada e entra numa contradição profunda. Porque, por um lado, defende a família, a tradição e os valores, e, por outro lado, convive com um país em que a taxa de abandono paterno é enorme. Ele se diz cristão e defensor da vida, mas é a favor da pena de morte e da letalidade policial.

No fundo desses aparentes valores de ética tradicional familiar cristã, esconde-se o medo de perder os privilégios de uma sociedade mais ordenada no passado. 

Também temos a questão de classe. A maioria dos votantes no Bolsonaro não é mais o pobre, é aquele que já ascendeu um pouco no consumo, mais classe C, a classe média. Tem aí uma questão de renda, de se sentir pertencendo a uma classe e não querer ser mais pobre.

Walterson Rosa/Estadão Conteúdo
Lula é um dos alvos preferenciais: Bolsonaro chuta boneco do petista durante campanha no DF

UOL - A senhora acha que um sinal de "status", de deixar de ser pobre no Brasil, segundo suas pesquisas, é deixar de votar no PT e abraçar outro partido e ideologia?

Sim. Já captei isso em várias entrevistas. Dá-se um processo interessante: pessoas que, durante o período do PT [na Presidência] de forma geral [entre 2003 e 2016], ascenderam de poder de consumo, foram direta ou indiretamente favorecidos pelas políticas do PT, hoje rejeitam esse passado, mais pobre e popular, as políticas petistas e adotam o discurso da meritocracia. "Eu consegui porque mereci, eu trabalhei, ninguém me deu."

E o sujeito começa a se enxergar como da classe média e compra um conjunto de valores que são os valores mais tradicionais das classes médias, o típico votante do PSDB, do Bolsonaro agora. A mobilidade social, da renda e do consumo faz com que muitas pessoas mudem de preferência eleitoral e política, porque agora se enxergam como essas novas classes consumidoras médias.

Pessoas que melhoraram de renda nos governos do PT não votam mais nele
Esther Solano, socióloga

UOL - Bolsonaro costuma dizer, em discursos de campanha: "Não sou melhor do que ninguém aqui, sou igual a vocês". Tem essa estratégia de se apresentar como homem comum, gente como a gente, próximo. Qual é a força desse discurso?

É uma força muito grande. Nas entrevistas que faço com eleitores dele, aparece o tempo todo essa ideia de que ele seria uma pessoa do povo, que dá para entender o que ele fala, compreensível. É uma figura de massa, popular.

E muitas vezes é reação ao sistema político, que as pessoas veem como elitista, afastado da população. Tem gente que diz: "Não entendo como os políticos falam". É um elitismo até da linguagem de certos políticos.

[Para apoiadores] Bolsonaro é um representante do povo. Um pouco o que as pessoas pensavam do Lula, originalmente, e muitos ainda continuam pensando: "Fala a língua da gente, é da gente". Essa proximidade com o povo.

UOL - A senhora acha que essa eleição presidencial, seja quem for o eleito, terá o poder de reduzir a polarização? Dará legitimidade ao novo presidente, mesmo com Lula barrado [pelo TSE, Tribunal Superior Eleitoral, com base na Lei da Ficha Limpa]?

Tenho muitas dúvidas. A polarização está bastante instaurada, a questão do antipetismo, a extrema-direita, certa linguagem de ódio, por parte do Bolsonaro e de seus seguidores claramente. Uma linguagem antidemocrática de ódio na política, que agora parece ter "saído do armário". Não acho que isso acabe de um dia para o outro. Infelizmente, vai perdurar.

Sobre a legitimidade do candidato eleito, acredito que vá ser uma eleição muito dividida, então provavelmente não vai ser um candidato que vá sair com uma margem muito alta de votos. Portanto, vai ter dificuldade de lidar com parte da população. Depois tem a famosa governabilidade, que é tão complicada e que, sem uma reforma radical, não será resolvida. O candidato eleito vai ter muitas dificuldades.

UOL - Essa eleição terá o poder de levar adiante a transformação da política que se espera, mais transparente, honesta e representativa?

O que a gente espera, uma política mais renovada, representativa e mais próxima da população, não vai mudar no período eleitoral. As eleições tendem a reproduzir o sistema que já está aí, porque são conservadoras e tradicionais por natureza.

A política só poderia mudar se tivesse de fato pressão da população muito grande, porque os partidos, por si sós, tendem a ser muito refratários a mudanças
Esther Solano, socióloga

No fundo, o partido é um órgão de privilégios. A casta dos partidos é de gente muito privilegiada, que tem uma máquina muito forte de poder na mão e quer permanecer assim para manter os privilégios. Se a gente não botar pressão, a tendência é que essas grandes máquinas políticas não mudem.

UOL - A decisão de proibir a candidatura de Lula pelo TSE tem algum impacto sobre a eleição? Bolsonaro ganha de alguma forma?

Impacto não vai ter muito, porque era uma coisa absolutamente esperada, todo mundo já sabia que Lula estava inelegível. O primeiro grande impacto foi realmente a prisão do Lula [em abril]. [A decisão de agora] foi mais ritualística e protocolar do que qualquer outra coisa.

Muito mais importante do que isso [o veto a Lula candidato] é que começou a campanha para presidente no rádio e na TV [de 31 de agosto a 4 de outubro], e a do Alckmin é muito anti-Bolsonaro. Explora a ideia de não votar pelo ódio, de votar em alguém com mérito, que saiba levar o país à frente, um administrador. Uma propaganda benfeita anti-Bolsonaro e com muito tempo [44% dos 25 minutos dos blocos diários do horário eleitoral]. Acho que isso, sim, vai ser prejudicial [a Bolsonaro].

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