Dodge defende que fraudes são "passado superado" por urnas eletrônicas

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

  • FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta terça-feira (18) que as fraudes são um "passado superado" pelo modelo vigente de urnas eletrônicas nas eleições brasileiras. Ao ser questionada sobre declarações que colocam em xeque os equipamentos e pedem a volta do voto impresso, Dodge disse ter confiança no atual sistema.

"É um sistema que já foi testado em várias eleições cuja confiabilidade até o momento não foi negada por nenhum dos testes feitos frequentemente no Tribunal [Superior Eleitoral]. O tribunal submete isso a todos os pesquisadores que queiram testá-lo e superou problemas crônicos que certamente estariam no âmbito dessa nossa entrevista se não fosse esse modelo", afirmou.

Como exemplo de problemas crônicos, citou a entrega ilegal de dentaduras e alimentos por parte de políticos em troca de votos de eleitores. "Fraudar a urna de papel era uma queixa e denúncia comum a cada eleição. Isso é um passado superado pelo modelo da urna eletrônica", declarou, em balanço sobre o primeiro ano de gestão à frente da PGR (Procuradoria-Geral da República).

Em vídeo transmitido ao vivo no último domingo (16) do hospital em São Paulo onde está internado, o candidato à Presidência da República pelo PSL Jair Bolsonaro disse que, sem a obrigatoriedade total do voto impresso, há grandes chances de fraude nas eleições de outubro.

Segundo ele, "o PT descobriu o caminho para o poder: o voto eletrônico". Bolsonaro sugeriu a existência de programas que podem fraudar as urnas eletrônicas e que podem inserir "uma média de 40 votos para o PT" em sessões de votação em todo o Brasil. Ele, no entanto, nunca apresentou provas das acusações.

Nesta terça, a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, falou que as urnas eletrônicas são "absolutamente confiáveis" e não foi comprovado nenhum caso de fraude desde 1996, quando foram implementadas.

A procuradora-geral lembrou que, em fevereiro deste ano, apresentou uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no STF (Supremo Tribunal Federal) para derrubar a obrigação do voto impresso em parte das urnas nas eleições de outubro deste ano. Na avaliação dela, o voto impresso fere o sigilo do voto, garantido pela Constituição Federal.

A proposta da impressão parcial foi aprovada em minirreforma eleitoral no Congresso Nacional em 2015. A medida prevê a continuidade da votação por meio da urna eletrônica, mas exige que seja impresso uma espécie de boletim dos votos computados em uma urna física lacrados a serem auditados.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos