Haddad: Bolsonaro "naturalizou" violência e agora se assusta com ela

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, acusou nesta quarta-feira (10) o seu adversário no segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL), de naturalizar a violência e agora se assustar com ela.

Haddad citou casos recentes de crimes que teriam sido cometidos por apoiadores de Bolsonaro, como a denúncia de que três supostos eleitores do adversário marcaram o corpo de uma jovem gaúcha com uma suástica, o símbolo do nazismo, usando um canivete. O ataque teria sido uma represália ao fato de a jovem estar vestindo uma camisa com a frase #elenão, lema da campanha de mulheres contra Bolsonaro.

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Questionado sobre casos de agressão supostamente cometidos por apoiadores seus, o candidato do PSL disse na terça-feira (9) que lamentava, mas que não tinha como controlar "milhões e milhões de pessoas" que o apoiam.

Hoje, Haddad rebateu a declaração do rival.

"Meu adversário diz: eu não posso responder pelos atos dos meus correligionários. É como alguém que tem um cachorro bravo, solta da coleira e diz que não pode responder pelas ações do animal", afirmou.

Segundo Haddad, há anos Bolsonaro estimula a violência, promove "torturadores" e diz que a solução do Brasil "é a matança".

"Chegou a naturalizar estupro e tortura nos cárceres da ditadura. É essa pessoa que está disputando a Presidência da República. É alguém que naturalizou a violência e agora se assusta com ela", criticou o petista.

A fala de Haddad faz alusões a várias declarações públicas de Bolsonaro dadas ao longo de sua carreira política. Ex-militar, o candidato do PSL é abertamente favorável à ditadura militar (1964-1985) e já defendeu alguns dos métodos violentos de repressão usados pelo regime.

Em seu voto a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, o deputado federal disse que votava pela memória do coronel Brilhante Ustra, "o pavor de Dilma Rousseff". Dilma foi torturada durante a ditadura, e Ustra foi reconhecido como torturador pela Justiça brasileira. 

O discurso de que Bolsonaro é um candidato violento e autoritário é uma das estratégias do PT para tentar tirar apoio do candidato. No primeiro turno, ele teve quase 50 milhões de votos, contra pouco mais de 30 milhões para Haddad.

PT diz que discurso de Bolsonaro "mata"

Após as críticas de Haddad contra Bolsonaro, o PT divulgou um vídeo em suas redes sociais onde liga o discurso do adversário a casos de violência. Entre eles, cita a morte do capoeirista Moa do Katendê, assassinado a facadas em Salvador na última segunda-feira (8), depois de defender voto no petista.

No fim, o vídeo exibe a frase "o discurso de Bolsonaro mata!"

Discurso de Bolsonaro "mata", diz PT

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