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Saiba quem são os novos ministros da equipe de Dilma Rousseff

Da Agência Brasil

Em Brasília

20/12/2010 21h30

A equipe da presidente eleita Dilma Rousseff anunciou nesta segunda-feira (20) mais sete integrantes do primeiro escalão de seu futuro governo. Dos sete nomeados hoje, três são mulheres.

Ministério da Saúde – atual responsável pela pasta das Relações Institucionais, Alexandre Padilha é o mais jovem ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Com 39 anos, o médico infectologista graduado pela Universidade de Campinas (Unicamp). Pós-graduado em doenças infecciosas e parasitárias pela Universidade de São Paulo (USP), Padilha foi membro da executiva estadual do PT de São Paulo e membro da coordenação das campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 e 2005. Na juventude, o futuro ministro da Saúde participou do movimento estudantil e se orgulha ter sido um “cara pintada” na época do impeachment de Fernando Collor. Nessa ocasião, Padilha era diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE). Depois de formado, trabalhou como médico durante quatro anos na Amazônia. No governo Lula, foi diretor nacional de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), autarquia ligada ao Ministério da Saúde. Padilha também exerceu os cargos de chefe de gabinete da Subchefia de Assuntos Federativos da Presidência da República e de subchefe-adjunto de Assuntos Federativos da Presidência da República. Chegou ao cargo de ministro das Relações Institucionais de Lula contanto com o respaldo de Dilma Rousseff e do chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho.

Ministério das Cidades – o deputado federal Mário Negromonte (PP-BA) vai substituir o colega de partido Márcio Fortes no Ministério das Cidades. Sob o comando do PP desde 2006, o ministério concentra a maior parte dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Deputado federal pela Bahia desde 1995, Negromonte já foi filiado ao PMDB, PSDB, PPB e está no PP de 2003. Na eleição deste ano, foi o sexto deputado federal mais votado da Bahia, com 169,2 mil votos. Também foi um dos principais articuladores da campanha do governador reeleito Jacques Wagner (PT) e da candidatura de Dilma Rousseff na Bahia. Conhecido como bom articulador, Negromonte foi líder do PP na Câmara por quase cinco anos e é um dos principais nomes da legenda. O parlamentar já havia sido cotado para assumir o Ministério das Cidades no governo Lula, por causa da insatisfação da bancada do PP com Márcio Fortes. Nascido em Pernambuco, Negromonte entrou na vida política na Bahia, na região de Paulo Afonso, norte do Estado. A mulher do futuro ministro, Vilma Negromonte, é prefeita de Glória e o filho, Mário Negromonte Júnior, foi eleito deputado estadual.


Ministério do Esporte – o já ministro Orlando Silva continuará como titular do Ministério do Esporte, cargo que ocupa desde março de 2006. Orlando Silva é indicado da cota do PCdoB na equipe ministerial. Nos anos 90, militou no movimento estudantil. Foi presidente da UNE, de 1995 a 1997, e também da União da Juventude Socialista (UJS), de 1998 a 2001, além de integrar a  Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD). Antes de se tornar ministro, exerceu o cargo de secretário executivo do ministério e ocupou as secretarias nacionais de Esporte e Esporte Educacional no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Nascido em Salvador (BA), Orlando Silva cursou Direito na Universidade Católica de Salvador, e Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP). No próximo governo, o desafio do ministro será organizar a infraestrutura para os dois mais importantes eventos esportivos do mundo: a Copa do Mundo, de 2014, e as Olimpíadas, de 2016, no Rio de Janeiro.

Ministério da Cultura – a cantora, compositora e atriz Ana de Hollanda será a ministra da Cultura. Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Buarque de Hollanda, ela atuou no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como diretora do Centro de Música da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Ana nasceu em 12 de agosto de 1948 e começou sua carreira artística aos 16 anos de idade, acompanhando o irmão Chico Buarque. Em 1983, assinou a direção musical do curta metragem Vianinha, de Gilmar Candeias e Jorge Achôa. Entre 1986 e 1988, foi secretária municipal de Cultura de Osasco (SP). Em 1990 atuou como atriz no espetáculo baseado no conto O Reino deste Mundo, de Alejo Carpentier, dirigido por Amir Haddad, encenado em Machurrucutu (Cuba). Ainda nesse ano, escreveu, em parceria com a dramaturga Consuelo de Castro, a peça Paixões provisórias. O primeiro disco solo de Ana de Hollanda foi gravado em 1980. Depois vieram mais três gravações. O seu repertório inclui sambas de Noel Rosa e Geraldo Pereira, canções de Chico Buarque, da Bossa Nova e da MPB

Ministério do Desenvolvimento Social – a economista Tereza Campello será a nova ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, pasta responsável pelo Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ela vai substituir Márcia Lopes. Atualmente, Tereza Campello coordena projetos estratégicos na Casa Civil. Paulista, ela construiu a carreira no Rio Grande do Sul, onde trabalhou nos governos de dirigentes petistas desde o final da década de 90, como Olívio Dutra e Tarso Genro. É formada pela Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais.

Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – a socióloga Luiza Helena de Bairros será a nova ministra da pasta. Considerada importante liderança do movimento negro, a gaúcha Luiza de Bairros, que se mudou para Salvador em 1979, comanda a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia desde agosto de 2008, pasta criada pelo governador reeleito Jaques Wagner (PT). Formada em administração de empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Bairros é doutora em sociologia pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Antes de assumir o cargo no governo baiano, a socióloga participou de projetos das Nações Unidas de combate ao racismo. De 2005 a 2007, foi consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para questões de gênero e raça. Trabalhou também na implantação do programa do governo britânico contra a discriminação racial institucional em Pernambuco e na Bahia. Na década de 1970, atuou em diversas frentes de pesquisas sobre o racismo no Brasil e no continente americano.

Advocacia-Geral da UniãoLuís Inácio Adams será mantido pela presidenta Dilma Rousseff na chefia da AGU. Adams tomou posse em outubro de 2009, substituindo o atual ministro do Supremo, Antonio Dias Toffoli. Natural de Porto Alegre, Adams tem 45 anos e entrou para a AGU como procurador da fazenda nacional em 1993, ano de criação do órgão. Atuou em diversos cargos, todos na região Sul, até 2001, quando se mudou para Brasília para assumir como secretário-geral de Contencioso do Gabinete do Advogado-Geral da União. Entre 2003 e 2006, Adams atuou no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão como consultor e depois como secretário-executivo adjunto. Em 2006, assumiu o cargo de procurador-geral da Fazenda Nacional, deixando a função apenas em outubro de 2009, para assumir o primeiro posto da AGU. Em agosto do mesmo ano, Adams havia ganhado a simpatia do governo federal ao liderar a defesa de uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a vigência do crédito-prêmio do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A vitória da União evitou gastos que poderiam chegar a R$ 290 bilhões.