Votos do PSDB livraram Sergio Cabral de convocação para CPI do Cachoeira
Três dos cinco membros do PSDB na CPI mista (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do bicheiro Carlinhos Cachoeira votaram nesta quarta-feira (30) contra a convocação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), para falar sobre suas relações com a construtora Delta, uma empresa que teria o contraventor como sócio oculto. Petistas na comissão apontaram um acordo entre peemedebistas e tucanos.
Votaram a favor de Cabral o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), bastante ligado ao governador paulista Geraldo Alckmin, e o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), próximo do governador mineiro Antonio Anastasia e do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Caso os três membros do PSDB tivessem votado a favor da convocação de Cabral, o placar ficaria em 14 a 14. Caberia ao presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), definir a questão. Para não se comprometer, o peemedebista poderia acabar chamando o correligionário a depor.
O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), afirmou que PMDB e PSDB "fizeram um acordo claro" para livrar Cabral, embora os representantes de seu partido tivessem também votado a favor da liberação do governador do Rio, por 17 votos a 11. O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), no entanto, acabou chamado a falar à comissão por 15 votos a 13. O goiano Marconi Perillo (PSDB) foi convocado por unanimidade.
O líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), negou qualquer acerto. "Cabral não foi chamado por um motivo apenas: não teve seu nome diretamente ligado a Cachoeira. Se isso acontecer no futuro, vamos pedir que ele venha", disse. O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), evitou falar em acordo, mas insistiu que "mesmo aqueles que não foram chamados desta vez podem ser chamados no futuro".
O governador do Rio é amigo de Fernando Cavendish, ex-presidente da construtora Delta, suspeita de participar do esquema do bicheiro. Várias obras de sua gestão são tocadas pela empresa. O executivo tem uma forte relação pessoal com Cabral, a quem já acompanhou em viagens ao exterior e ao redor do Brasil, conforme mostraram imagens divulgadas pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ)
O delegado Matheus Rodrigues, da Polícia Federal, afirmou que Perillo pode ter vendido uma casa no valor de R$ 1,4 milhão não ao dono de uma faculdade, como o próprio tucano chegou a alegar, mas, sim, a Cachoeira.
De acordo com as investigações da operação Monte Carlo, chefiada por Rodrigues, três cheques, sendo um de R$ 600 mil e outros dois de R$ 400 mil, foram entregues no Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano. Escutas da PF também indicam que Cachoeira tentou se aproximar de membros do governo de Agnelo Queiroz.
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