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Tucanos aliviam para suposto intermediário de Perillo em compra de casa

Maurício Savarese

Do UOL, em Brasília

05/06/2012 15h34

Menos combativos do que de costume na CPI mista (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do bicheiro Carlinhos Cachoeira, parlamentares tucanos evitaram nesta terça-feira (5) questionamentos duros ao empresário Walter Paulo Santiago, suspeito de intermediar a venda de uma casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), ao pivô do escândalo de corrupção.

O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), que semanas atrás acusou o relator Odair Cunha (PT-MG) de ser “tigrão” ao investigar Perillo e “tchutchuca” ao lidar com suspeitas sobre o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), silenciou. Fez o mesmo o senador Alvaro Dias (PSDB-PR). Oposicionistas de outros partidos, no entanto, foram mais duros com o depoente. Esses são os casos dos deputados Ônyx Lorenzoni (DEM-RS) e Rubens Bueno (PPS-PR).

O ex-promotor de Justiça e deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) não fez perguntas e elogiou a boa vontade do depoente ao tratar de um “negócio corriqueiro”. Suplente na comissão, Vanderlei Macris (PSDB-SP) afirmou que a venda do imóvel foi “como um negócio de qualquer pessoa”. Fez apenas uma pergunta: “O senhor considera que o governador Perillo fez uma venda de boa fé?” A resposta foi sim.

O dono da Faculdade Padrão negou que tenha sido intermediário de Perillo na venda de uma casa onde o contraventor foi preso. O imóvel foi adquirido por R$ 1,4 milhão. Walter diz que pagou em dinheiro. Perillo afirmou ter recebido três cheques de um sobrinho do pivô do escândalo. O tucano virá à CPI na próxima semana.

Conhecido como professor Walter, ele diz ter comprado o imóvel em julho do ano passado em espécie. O empresário negou que a residência tenha sido adquirida com cheques do sobrinho de Cachoeira, que foi preso ali em 29 de fevereiro. No entanto, manteve as suspeitas de parlamentares sobre como adquiriu a casa por meio de uma empresa que declarou rendimentos de apenas R$ 17 mil em 2010. Ele diz que pagou com notas de R$ 50 e R$ 100.

Membros da CPI suspeitam que Marconi recebeu duas vezes pela mesma venda. A PF indica que Cachoeira se infiltrou em vários níveis do governo do tucano, da Secretaria de Segurança Pública ao gabinete do governador, que nega as denúncias.