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Três convocados ligados a Agnelo conseguem direito de permanecer calados na CPI do Cachoeira

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

28/06/2012 10h13Atualizada em 28/06/2012 10h49

Nesta quinta-feira (28), a CPI que investiga o bicheiro Carlinhos Cachoeira ouve três depoimentos para esclarecer fatos relacionados ao governador do Distrito Federal (DF), Agnelo Queiroz (PT). Os três depoentes conseguiram na Justiça o direito de permanecer  em silêncio para não se autoincriminarem.

Os convocados são o ex-chefe de gabinete do governador, Cláudio Monteiro, o ex-assessor da Casa Militar Marcello de Oliveira Lopes e o ex-subsecretário de Esportes João Carlos Feitoza. A sessão estava marcada para começar às 10h15 no Senado.

Monteiro conseguiu habeas corpus no Supremo Tribunal Federal garantindo esse direito. Ele é citado nas gravações feitas pela Polícia Federal e suspeito de ligação com o grupo de Cachoeira.

"Apesar de estar aqui munido de habeas corpus, os advogados dele me disseram que ele vai falar", disse o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), que está presidindo a reunião da CPI no lugar de Vital do Rêgo (PMDB-PB). 

Marcelo, também conhecido com Marcelão, estaria envolvido na tentativa de nomeação de um aliado de Cachoeira para o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do DF. O último depoente é João Carlos (Zunga), suspeito de receber dinheiro do grupo do empresário goiano.

Semana de depoimentos

Esta quinta-feira é o terceiro dia seguido de depoimentos na CPI do Cachoeira nesta semana.

Nesta quarta-feira (27), o jornalista Luiz Carlos Bordoni, que acusou o governador de pagar gastos de campanha com dinheiro de Cachoeira e a ex-chefe de gabinete de Perillo, depôs e disse que Perillo é um ex-amigo.

À CPI, Bordoni afirma que o último contrato de trabalho o governador de Goiás foi “verbal”. Segundo ele, foram acordados R$120 mil mais bônus de R$ 50 mil, caso o então candidato ganhasse. Em momentos distintos durante sua fala aos parlamentares, ele chegou a falar que o bônus era de R$ 40 mil.

Eliane Pinheiro, suspeita de repassar informações policiais a Cachoeira e o tesoureiro da campanha tucana em 2010, foi convocada para depor, mas ficou em silêncio após decisão judicial e foi dispensada. O presidente da Agetop (Agência Goiana de Transportes e Obras), Jayme Rincón, acusado de receber R$ 600 mil de uma empresa do contraventor, também deveria depor nesta quarta, mas enviou um atestado médico à comissão e não compareceu.

Nesta terça-feira (26), dos três depoentes, apenas um falou, o arquiteto Alexandre Milhomen, contratado pela mulher de Cachoeira para decorar a casa, a mesma em que o contraventor foi encontrado quando o prenderam em 29 de fevereiro na operação da Polícia Federal. Os dois outros, Lúcio Fiúza, apontado como intermediário de Perillo na venda da casa, e Écio Antônio Ribeiro, sócio da Mestra Administração, empresa que pagou pela residência, ficaram em silêncio durante a sessão e foram dispensados. Eles também conseguiram liminares na Justiça para ficarem calados.