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Líder do PPS pede convocação de prefeito do PT que negocia com Cachoeira em vídeo

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

02/07/2012 11h31

O líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), encaminha nesta segunda-feira (2) à CPI do Cachoeira um pedido de convocação do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), que foi flagrado em vídeo divulgado no domingo (1º) pelo Fantástico, da TV Globo, em que aparece negociando com Cachoeira e assessores ajuda para a campanha dele em troca de favorecimento em contratos.

O  vídeo seria de 2004 e foi apreendido pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo na casa de um dos integrantes do grupo do contraventor e somente divulgado agora.

Em um dos diálogos, Raúl Filho detalha ao bicheiro onde seu grupo poderia ter oportunidades de atuar: "Palmas tem uma série de oportunidades a serem exploradas, no campo imobiliário, transporte. Lá tem uma questão que nós vamos rever ela mesma, a concessão da água".

Em outro trecho da conversa, Cachoeira afirma que ajudará o então candidato e também fala do que espera em troca. "Eu posso falar que dou uma posição para você no show. E tem como disponibilizar uma verba aí. Aí você vê com o Alexandre aí qual o nicho que a gente pode participar posteriormente".

Para Rubens Bueno, o vídeo "é claro" no registro de que houve uma negociação de troca de vantagens entre o prefeito e o contraventor, preso desde 29 de fevereiro. "O prefeito do PT oferece vantagens em troca de dinheiro para sua campanha e abre as portas da prefeitura para a quadrilha. Não há como rebater o conteúdo. Raul Filho precisa se explicar na CPI”, disse o deputado em nota.

O requerimento do parlamentar deve ser votado na próxima quinta-feira (5), para quando está marcada uma reunião administrativa da comissão para a votação de mais de 270 pedidos, entre eles os de convocação de testemunhas, quebras de sigilos de empresas e pessoas citadas nas investigações.
 
Da reunião desta quinta, a expectativa maior é pela convocação do ex-diretor do Dnit (Departamento nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, e do ex-presidente da construtora Delta nacional, Fernando Cavendish, que tem sido sucessivas vezes adiada.