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Site do PT publica texto de defesa de Genoino, mas ignora Dirceu e Delúbio

Foto do ex-presidente do PT José Genoino publicada hoje no site do partido - Reprodução
Foto do ex-presidente do PT José Genoino publicada hoje no site do partido Imagem: Reprodução

Do UOL, em Brasília

12/11/2012 20h48Atualizada em 12/11/2012 21h26

O site do Partido dos Trabalhadores (www.pt.org.br) publicou nesta segunda-feira (12) uma fotografia do ex-presidente da legenda José Genoino, condenado a pena de quase sete anos hoje pelo STF (Supremo Tribunal Federal), em preto e branco, com duas faixas com as cores da bandeira do Brasil.

A foto remete o internauta ao texto que o advogado de Genoino, Luiz Fernando Pacheco, publicou mais cedo sobre a pena imposta a ele pelo STF – Genoino foi condenado a cumprir pena de seis anos e 11 meses pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa. O ex-deputado federal poderá cumprir a pena no regime semiaberto, que é aplicado para penas entre quatro e oito anos.

O site do PT, no entanto, não traz menções aos outros dois réus da cúpula petista que tiveram suas penas definidas hoje pelo Supremo – José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e um dos fundadores do PT, e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido à época do escândalo do mensalão. Dirceu recebeu pena de dez anos e dez meses de prisão, enquanto Delúbio foi condenado a oito anos e onze meses.

Após a definição da pena, o advogado Luiz Fernando Pacheco emitiu nota em que afirma que o réu respeitará a pena, mas continuará lutando.

"Homem de guerrilha, prisão e tortura, batalhador congressista que foi, não se impressiona com a condenação de agora. Antes, encara e de peito aberto e cabeça erguida. Foi feito um juízo – e dele mais uma vez discorda firme e energicamente – um juízo de valor sob a égide do Estado de Direito. Convém respeitá-lo", diz o comunicado de Pacheco, reproduzido pelo site do PT.

Genoino é um dos fundadores do PT. Ele participou da fundação do partido depois de ser anistiado em 1979. Ex-integrante do PC do B, participou da Guerrilha do Araguaia (movimento de luta armada contra o governo militar). Capturado pelos militares em 1972, passou cinco anos na prisão. Pelo PT, foi deputado federal por São Paulo entre 1982 e 2002. Em 2002, candidatou-se a governador de São Paulo, mas perdeu a eleição para Geraldo Alckmin (PSDB) no segundo turno. No mesmo ano, foi eleito presidente nacional do PT, em substituição a José Dirceu (que também participou da fundação do partido). Renunciou à presidência do PT em julho de 2005, após as denúncias relacionadas ao escândalo do mensalão. Em março de 2011, foi nomeado assessor especial do Ministério da Defesa, cargo do qual pediu demissão no último dia 10 de outubro, um dia depois de ser condenado pelo STF no julgamento do mensalão.

O tempo de condenação para formação de quadrilha para Genoino foi de dois anos e três meses, e, por corrupção ativa, quatro anos e oito meses.

À BBC, o atual presidente do PT, Rui Falcão, disse que o partido será "solidário" aos membros do partido condenados pelo mensalão. "Os filiados do PT que foram condenados ainda têm recursos a utilizar e vão lançar mão de todos os meios para provar a sua inocência. E nós vamos estar solidários com eles."