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Comissão aprova viagem de Feliciano à Bolívia para tratar de corintianos

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

03/04/2013 15h45Atualizada em 03/04/2013 17h10

A CDH (Comissão de Direitos Humanos e Minorias) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (3) requerimento que o presidente da comissão, deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), viaje à Bolívia para visitar os torcedores do Corinthians presos naquele país. Doze torcedores corintianos estão presos acusados da morte do jovem Kevin Béltran em um jogo da Libertadores.

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Ainda não foi definida a data da viagem, mas ela deve ocorrer provavelmente na terça (9) ou quarta (10) da semana que vem. Segundo o deputado, a intenção é trazer ao menos um dos presos de volta.

Na terça-feira, está prevista uma reunião de líderes partidários da Câmara, incluindo o presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para tratar da permanência de Feliciano à frente da comissão. Sobre a coincidência da data da viagem com a reunião partidária, Feliciano disse que "ouvirá os líderes [partidários] de bom grado".

“Não estamos ali numa viagem de turismo. Vamos ali a pedido das famílias. Porque direitos humanos implicam nisso. As famílias estão dizendo que lá na Bolívia os nossos brasileiros não estão sendo bem tratados. Há um brasileiro lá, inclusive, que está correndo risco de vida por causa de seus rins. Vamos estar ali para analisarmos, para ouvi-los. Vai ser um trabalho muito bem feito”, justificou Feliciano sobre a viagem em entrevista coletiva ao fim da sessão.  

Ainda não está definido o número de parlamentares que o acompanhará na viagem.  A previsão é que o deputado viaje na próxima terça-feira (9) à noite e volte até a sexta-feira (12). 

Desde que foi eleito presidente da comissão, Feliciano tem enfrentado protestos durante todas as suas sessões à frente da comissão devido a posições consideradas racistas e homofóbicas. Na semana passada, foi manifestantes chegaram a ser detidos pela Polícia Legislativa da Câmara.

Na sessão de hoje, também foi aprovado requerimento para que as próximas reuniões da comissão sejam todas a portas fechadas, sem a presença de manifestantes. "Faço com isso com o coração sangrando. Se não for desta forma, não conseguiremos trabalhar", disse Feliciano.

O deputado João Campos (PSDB-GO), que apoiou o requerimento, disse que pedirá para que a Polícia Legislativa da Câmara investigue se há manifestantes ligados a deputados contrários a Feliciano. Segundo ele, "não são manifestantes, são baderneiros".

Repúdio a Maduro

Na reunião de hoje, também foi aprovado uma moção de repúdio ao presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, por homofobia.

Em um discurso de campanha contra o candidato Henrique Capriles, Maduro fez insinuações sobre a homossexualidade de seu adversário. No último dia 12 de março, Maduro disse em Caracas: "Eu, sim, tenho mulher, escutaram? Eu gosto de mulheres". Na sequência, Maduro beijou a mulher, a também alta dirigente chavista Cília Flores.