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Antes de morrer, PC perguntou se estava 'tudo bem', diz ex-segurança

Aliny Gama e Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

09/05/2013 17h16

Primeiro réu a prestar depoimento no julgamento, o policial militar Adeildo Costa dos Santos negou qualquer participação nas mortes do empresário Paulo César Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino, em 23 de junho de 1996. Ele disse que foi a última pessoa a ter contato com o empresário, que teria perguntado a ele, na madrugada em que viria a ser morto, se estava “tudo bem” na casa.

“Paulo César se recolheu umas 4h da manhã. Eu estava no quiosque, e ele chegou e perguntou: 'Adeildo, tudo bem? Tudo tranquilo?'. Disse que estava tudo bem”, afirmou, citando que ele deu boa noite.

Segundo a denúncia do MPE (Ministério Público Estadual), às 2h da manhã PC Farias já estaria morto. A análise foi feita com base no horário em que foi servido o jantar (às 23h30 / meia-noite), já que, segundo a necropsia, havia alimentos não digeridos no estômago de PC.

O ex-segurança disse que, naquela madrugada, chegou a deixar a casa para ir pegar um CD. “Fui até Garça Torta [bairro vizinho a Guaxuma, no litoral norte de Maceió], em um palhoção, buscar um CD com um amigo de Genival [garçom]. Isso foi por volta da 1h da manhã, e voltamos depois de 20, 30 minutos. Não havia mais convidados. Ficou o Geraldo como segurança."

Ao voltar, soube que PC tinha brigado com Suzana dentro da casa. “Quando cheguei Geraldo disse: 'Olha, o doutor Paulo estava gritando com dona Suzana.' Eu disse que só iríamos fazer algo se ele chamasse.”

Com a saída dos convidados, por volta da meia noite e meia, ficaram na casa seis pessoas. “Estavam eu, Manoel [vigia] Leonino [jardineiro], Marize [cozinheira], Geraldo [outro segurança] e Genival [garçom]. Os outros dois militares –que também são réus no processo-- chegaram para o serviço por volta 8h do domingo, dia 23 de junho.

Sobre o barulho dos tiros, o militar afirmou: “Havia uma festa próxima de casa, e teve soltaram fogos. É aquela coisa: jamais eu iria imaginar que ia acontecer uma coisa daquelas”.

Acusação x Defesa

AcusaçãoDiz que houve duplo assassinato e que os quatro réus têm conhecimento sobre a autoria do crime
DefesaDiz que o crime foi passional. Suzana Marcolino teria matado PC Farias e em seguida se suicidado

Chegada à casa

O ex-segurança disse que chegou ao serviço às 8h30. Ele informou que José Geraldo da Silva foi pegar Suzana no aeroporto por volta das 11h30. Naquele momento, PC estava na piscina com os dois filhos.

“Paulinho e Ingrid saíram da casa depois do almoço”, disse, citando que, por volta das 20h30, chegaram o então deputado Augusto Farias, Claudio Farias (outro irmão de PC) e “uma senhora”.