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Manchas de sangue explicam suicídio de Suzana, diz Badan em julgamento

Aliny Gama e Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

08/05/2013 19h43

O perito Fortunato Antônio Badan Palhares, que veio de São Paulo para Alagoas para analisar os elementos colhidos pelos peritos alagoanos que emitiram laudos sobre a morte de PC Farias, afirmou, que Suzana Marcolino, então namorada de PC, se matou após assassiná-lo. A conclusão, disse ele, veio após análises de manchas de sangue que ficaram no corpo de Suzana.

O perito prestou esclarecimentos, nesta quarta-feira (8), sobre o que poderia ter ocorrido na noite do dia 23 de junho de 1996, quando PC Farias e Suzana Marcolino foram encontrados mortos, na casa de veraneio do empresário, na praia de Guaxuma, em Maceió. Quatro seguranças são julgados desde segunda-feira (6) por omissão. Eles estavam na casa quando o crime ocorreu.

Badan Palhares defende a tese de crime passional, que também foi firmada por outros quatro peritos que compareceram ao júri, no terceiro dia de julgamento do caso PC Farias.

Para ele, as manchas de sangue com várias posições ocorreram porque o projétil entrou no pulmão de Suzana e “houve saída de ar do pulmão com explosões de bolhas de sangue de dentro do corpo dela”.

Badan Palhares mostrou ao júri, por meio de fotos, que houve uma lesão na artéria pulmonar de Suzana confirmando que ela atirou no próprio peito. “O pulmão é constituído por uma compensação negativa e faz, em frações de segundos, uma captação de ar. Nessa captação de ar criam-se bolhas e ocorrem explosões de sangue.”

Ele confrontou provas colhidas pelos peritos de Alagoas e as análises dele que PC morreu primeiro que Suzana e que ela havia urinado antes de se matar.

“A primeira perita colocou em relatório que encontrou urina no vaso sanitário e restos de cinza de cigarro, o que mostraria que Suzana tinha esvaziado a bexiga antes de se matar. Por isso, não houve abertura do esfíncter urinário”, disse, ao lembrar que é comum esse tipo de reação em suicídios.

O laudo de Palhares mostra que, ao contrário de Suzana, PC Farias ao morrer estava com 150ml de urina dentro da bexiga. Ele afirmou que PC Farias sangrou pouco por ter tido uma morte quase instantânea, em torno de 20 segundos.

“A artéria aorta esvaziou logo e houve um tamponamento do orifício de entrada. Por isso, é compatível com a forma que o local foi fotografado, sem manchas de sangue junto a PC.”