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Filha de PC Farias diz que Suzana era uma namorada ciumenta

Aliny Gama e Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

07/05/2013 19h17Atualizada em 07/05/2013 22h00

Uma das testemunhas mais aguardadas para prestar depoimento ao juiz Maurício Breda, a filha de PC Farias, Ingrid Pereira de Farias, 32, falou, no início da noite desta terça-feira (7), durante o julgamento dos quatro policiais acusados de omissão na morte de PC Farias e Suzana Marcolino. Ingrid afirmou que Suzana era "muito ciumenta".

Os filhos de PC Farias, Ingrid e Paulo Augusto César Farias, o Paulinho, moravam desde 1993 na Suíça e haviam chegado a Maceió três dias antes da morte do pai. Ela estava hospedada junto com o irmão na casa do pai, localizada em Mangabeiras.

Ingrid disse em depoimento que conheceu Suzana Marcolino e que ela era uma namorada “a mais” do pai porque já havia conhecido outras, inclusive uma que morava na Inglaterra.

“Ela era muito ciumenta. Quando ele foi nos buscar no aeroporto perguntei: pai continua com a Suzana? Ele disse que sim, ‘mas estou querendo acabar porque não estou muito feliz’. Não entrei em detalhes porque não cabia a mim saber da vida amorosa dele”, disse, afirmando que PC disse que não gostava mais de Suzana e queria acabar com a relação.

Ingrid disse que ela e o irmão vinham ao Brasil três vezes ao ano passar férias com os pais. Ela contou que na Páscoa, em abril de 1996, conheceu Suzana Marcolino num churrasco.

“Ela era uma das namoradas a mais, que eu já conheci outra, a Zara. Conheci melhor porque ela morava na Inglaterra e como eu morava no exterior tinha mais contato com ela e amizade."

Ela relembrou a última vez que viu o pai e que ele não falou nada que iria encontrar com Suzana no dia que foi morto.

“Passamos o dia com ele na casa de praia, no fim da tarde fui com meu irmão sair e curtir com minhas amigas na véspera de São João. Depois recebi uma ligação do meu tio Augusto [Farias, ex-deputado federal] dizendo que eu voltasse rápido para casa. Quando cheguei em Guaxuma já estava a imprensa, a polícia, tudo. Fiquei atordoada”, disse Ingrid, que quando PC faleceu tinha 16 anos e o irmão Paulinho, 15.

Irmão de PC Farias diz que PMs são inocentes

Ingrid contou que desde que a mãe dela morreu o irmão passou por “problemas” e quando o pai foi assassinado “começou a quebrar tudo dentro de casa e subi logo para ajudar meu irmão”, disse Ingrid.

Defesa dos réus

Ingrid afirmou ainda que acredita na inocência dos quatro seguranças que são réus.

Ela disse não ter dúvidas que os seguranças não tiveram qualquer participação no crime que vitimou PC Farias "pois eles eram e ainda são de confiança da família".

Ingrid disse, em depoimento ao juiz Maurício Brêda, que um dos quatro acusados era funcionário de confiança da família até o ano passado, quando se afastou dos trabalhos porque teria se aposentado.

Questionada sobre supostas disputas entre Augusto Farias e a vítima, que poderiam ter motivado o crime, Ingrid disse que nunca passou pela cabeça dela que o tio, tutor dos filhos de PC quando ele morreu, teria participação no assassinato e negou que havia disputa entre os irmãos.

"Eles eram tão unidos, mais que irmãos. Tanto é que meu irmão leva o nome do meu tio e se chama Paulo César Augusto, em homenagem a ele", disse.

Ingrid disse desconhecer qualquer tipo de briga entre a mãe dela, Elma Pereira de Farias, a tia Eônia Pereira, que ficou como tutora materna, e o tio paterno Augusto Farias. "Eles nunca me falaram um do outro, mas não têm amizade. É cada um no seu quadrado."