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Lula diz que Brasil precisa viajar a mundo menosprezado por governantes

O ex-presidente Lula em Cotonou, em Benin, durante viagem por países africanos em março - Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O ex-presidente Lula em Cotonou, em Benin, durante viagem por países africanos em março Imagem: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Do UOL, em Brasília

13/05/2013 14h04

Em vídeo divulgado no site do seu instituto nesta segunda-feira (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que a política externa do seu governo privilegiou um mundo “um pouco menosprezado pela visão de quem governava o Brasil”, referindo-se aos países africanos e latino-americanos.

Lula ressalva que os Estados Unidos e a Europa são importantes parceiros, mas que o Brasil não podia ficar “dependente de um país ou de um bloco”.  “Então eu tinha em mente que nós precisaríamos criar novos parceiros”, diz, citando no início do vídeo que o multilateralismo já constava do seu discurso de posse.

“Sem deixar de dar importância para os Estados Unidos, sem deixar de dar importância para a União Europeia, viajar mais para a China, viajar mais para a Índia, viajar mais para os países africanos, viajar mais para os países da América Latina, da América do Sul, da América Central… ou seja, viajar o mundo que até então era um pouco menosprezado pela visão de quem governava o Brasil.”

Assista a trechos do discurso de Lula

No vídeo de quase cinco minutos, o petista afirma ainda que considera que “a experiência agressiva” do Brasil na política externa “valeu a pena”.
“Eu acho que essa visão prevaleceu, nós fortalecemos muito a participação multilateral do Brasil em todas as instituições, brigamos muito para mudar, não conseguimos mudar, mas de qualquer forma, eu acho que valeu a pena a experiência agressiva que o Brasil teve na sua política externa.”

Lula diz que viu a necessidade de o Ministério das Relações Exteriores ser “mais ágil, de viajar mais” e de o Ministério do Comércio Exterior de ser “um verdadeiro mascate”.

Ele chega a comparar os países da África e da América Latina como potenciais parceiros econômicos à “moça bonita” numa “praça” e que é preciso ir até a praça em vez de ficar olhando só do “portão”.

“É como se alguém falasse pra você: naquela praça tem um monte de moça bonita, e você ficasse no portão esperando que alguma daquelas moças passasse lá, no portão onde você estava. Quando o correto era você sair de seu portão e ir lá na praça. O que eu fiz foi isso, saí daqui.”