Topo

PMDB vai acompanhar oposição para obstruir votação da MP dos Portos

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante sessão na Câmara dos Deputados - Luis Macedo/Câmara dos Deputados
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante sessão na Câmara dos Deputados Imagem: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

13/05/2013 17h01Atualizada em 13/05/2013 17h37

O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), afirmou nesta segunda-feira (13) que orientará a sua bancada - a segunda maior da base governista na Casa Legislativa - a não votar hoje a MP (medida provisória) que trata do marco regulatório do setor portuário. 

“Minha orientação hoje será a de não votar hoje. Amanhã, nós vamos votar sem qualquer tipo de obstrução e vamos ter uma orientação para cada tipo destaque de acordo com seu conteúdo”, resumiu o deputado. 
 
“Eu não estou fazendo posição solo. Eu levei à minha bancada na semana passada a posição que está sendo adotada. A decisão não foi uma posição do deputado Eduardo Cunha, foi da bancada do PMDB”, completou.  
 

'Interesse de grupos econômicos não pode se sobrepor ao nacional'

  • Alan Marques/Folhapress

    Em entrevista à Folha, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, diz que a tramitação da proposta "depende de vontade política". "É normal enfrentar interesses contrariados, mas eles não podem ser admitidos se não forem compatíveis com o interesse geral", afirma. Segundo ela, não houve falha na condução da proposta pelo governo. "Se a articulação política eficiente é ceder sempre em tudo, não é articulação política."

Desde o fim da semana passada, dois dos três partidos da oposição ao governo Dilma no Congresso (DEM e MD) afirmaram que iriam obstruir - tentar a adiar a votação da matéria marcada para noite de hoje - até que sejam apuradas denúncias de irregularidades levantadas pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), durante a votação na semana passada. O PSDB ainda não havia se posicionado quanto ao tema.
 
Cunha condenou as críticas recebidas por integrantes do Planalto e parlamentares da base aliada governista contra a proposta apresentada por ele no plenário que altera o texto aprovado na comissão especial. 
 
“Se a gente permitir discordar de um detalhe, a gente pode estar dificultando o governo? Isso me parece um julgamento um pouco meio fascista. Às vezes, se colocam as pessoas como se bem está de um lado e quem discorde de um lado passa a estar com o mal. Não é bem assim que as coisas funcionam. Eu posso estar certo em uma coisa e errado em outra coisa. Assim como o governo pode estar certo ou errado em alguma coisa”, argumentou.  
 
“No programa de aliança do PMDB com o PT não fazia parte que nós tínhamos que concordar na integralidade com todos os textos”, destacou o deputado. 
 
De manhã, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, coordenou uma reunião com diversos ministros para orientá-los a promover encontros com as respectivas bancadas partidárias no Congresso, na tentativa de assegurar a votação da medida provisória.
 
"Nós confiamos no Congresso Nacional. O governo não tem plano B nem C. Vamos confiar até o último minuto", disse o ministro, da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, após o encontro.
 
O prazo para votar a proposta na Câmara e no Senado se encerra na quinta-feira(16) e o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), convocou sessão para esta segunda-feira para que os deputados debatam a proposta.