Topo

Relação é "maravilhosa" e PT apoia Dilma "150%", afirma Lula

O ex-presidente Lula dá palestra sobre desigualdades raciais e políticas públicas no Festival Latinidades, no Museu da República, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress
O ex-presidente Lula dá palestra sobre desigualdades raciais e políticas públicas no Festival Latinidades, no Museu da República, em Brasília Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

23/07/2013 19h13Atualizada em 23/07/2013 20h31

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que exista uma crise entre o PT e a presidente Dilma Rousseff, que deixou de comparecer a uma reunião do diretório nacional no último sábado, em Brasília. “A relação é maravilhosa. Não sei quem descobre uma divergência que não existe. Fui presidente da República e, muitas vezes, não pude ir a reuniões do diretório do PT e, nem por isso, tem divergência. O PT apoia 150% a presidente Dilma, quiçá 200%. Não há hipótese de ter divergência que não seja superada.”

A ausência da presidente gerou mal-estar entre a executiva nacional do partido, que faz pressão por mudanças no governo.

O petista também comentou os boatos de que parte dos petistas e da base aliada desejaria sua volta em 2014 como candidato à Presidência, no lugar de Dilma, que vem sofrendo quedas em sua popularidade. “Não existe esta possibilidade [de se candidatar]. Seu eu pudesse, eu voltava a jogar bola, mas o Felipão parece que não está me olhando com bons olhos”, falou, em piada sobre o atual técnico da seleção brasileira.

Lula nega volta em 2014 e diz que PT apoia Dilma "150%"

Para o ex-governante, a atual presidente sofre preconceito. "Eles, agora, estão com preconceito contra ela maior do que tinham contra mim. Uma falta de respeito”, avaliou Lula, sem esclarecer quem seriam os portadores de preconceito.  “Será que eles têm a falta de respeito com que a mãe deles, como eles têm com a Dilma Rousseff?", questionou.  “A Dilma não é nada mais do que uma extensão da gente lá [no Planalto].”

Reforma ministerial

O ex-presidente disse que o governo tem que saber para que servem os ministérios, em referência à pressão de aliados para que a presidente Dilma Rousseff reduza o número de ministérios. "A gente não tem que diminuir ou aumentar. Tem que saber para que serve", declarou. Ele disse ainda não acreditar que Dilma vá fazer mudanças na Esplanada.

Sobre as manifestações que ocorreram no país em junho -- muitas delas criticando a atuação dos partidos --, Lula disse que é preciso que os jovens busquem a política dentro de si.

O ex-presidente participou neste terça do  Festival Latinidades, em Brasília. Ele foi convidado para dar a palestra "Desigualdades de gênero e raça: políticas públicas e ações afirmativas no governo Lula e sua atuação pós-mandato".

O presidente foi aplaudido durante diversos momentos de seu discurso e chegou a dar autógrafos.