Sem a participação da presidente Dilma, PT se reúne para discutir política
Sem a participação da presidente Dilma Rousseff, o PT realiza neste sábado (20) uma reunião do diretório nacional, em Brasília, para discutir a conjuntura política.
Em carta à qual o UOL teve acesso, enviada nesta manhã ao presidente do partido, Rui Falcão, e aos demais dirigentes e integrantes da militância do PT que participam do encontro, a presidente disse que não compareceu ao evento em função da proximidade da chegada do papa Francisco ao país para a Jornada Mundial da Juventude. Ela esteve com quatro ministros de Estado para tratar do assunto.
As dificuldades do governo depois da onda de protestos, refletidas na queda da popularidade da presidente, e a crise com a base aliada, principalmente com o PMDB, devem ser os principais temas em debate.
Para o deputado federal André Vargas (PT-SP), primeiro vice-presidente da Câmara, a relação do governo com o Congresso deverá dominar boa parte das discussões, assim como os desafios do Planalto para dialogar com os movimentos sociais e angariar apoio em torno do pactos propostos pela presidente nas áreas de educação, saúde, mobilidade urbana, reforma política e responsabilidade fiscal.
O senador Humberto Costa (PT-PE) considera que o encontro será oportuno para fazer uma “avaliação distanciada no tempo” do impacto dos protestos. “Iremos analisar como o governo reagiu naquele momento, os pactos propostos”, disse.
Segundo Costa, a ida da presidente seria importante “para sinalizar que ela está preocupada com o partido” e para ela apresentar o seu ponto de vista acerca das recentes propostas do governo e o que avançou até agora.
O senador negou, porém, que o PT esteja desunido, embora a queda da popularidade da presidente tenha aumentado as críticas dentro do partido e engrossado o coro de “volta, Lula” em 2014. “Ela tem um setor de apoio muito consistente. No meu entender, o movimento ‘volta, Lula’ não foi nem colocado. A presidente tem plenas condições de recuperar a popularidade”.
Costa aponta que a necessidade de melhorar a articulação política do partido com o Congresso também deverá ser abordada, mas evita apontar o dedo para a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), criticada tanto por aliados quanto opositores. “Não é uma crítica dirigida a ela.”
A disputa pelo comando da legenda em um ano pré-eleitoral também estará em discussão na reunião de hoje. O partido terá eleições gerais em novembro deste ano. Seis candidatos, incluindo o atual presidente, apresentaram candidatura, além de nove chapas para compor o diretório nacional.
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