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Barbosa cita salário milionário em Cingapura ao responder sobre aumento para STF

22.ago.2013 - O ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) em sessão do julgamento do mensalão - Roberto Jayme/UOL
22.ago.2013 - O ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) em sessão do julgamento do mensalão Imagem: Roberto Jayme/UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

30/08/2013 15h56

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, justificou o pedido de aumento de salário para ministros da Corte comparando-os com o salário de ministros da Suprema Corte de Cingapura --o presidente do tribunal asiático, segundo ele, ganha 2 milhões de dólares por ano-- ao comentar o pedido de aumento enviado por ele ao Congresso. Barbosa quer que a remuneração dos membros do STF suba para R$ 30.658,42.

O reajuste sugerido por Barbosa representaria impacto de pouco mais de R$ 598 mil no orçamento anual do Supremo. Além disso, geraria aumento de R$ 149 milhões no orçamento do Poder Judiciário e criaria um efeito em cascata no funcionalismo do país.

Há pouco mais de três anos, Barbosa conta que participou de um congresso na Alemanha. Segundo ele, em uma das audiências, um advogado que representava a corte de Cingapura discursou na tribuna sobre os trabalhos da Suprema Corte do país asiático, considerado um dos menos corruptos do continente.

"Ele [advogado] vira para a plateia e fala: 1 milhão e meio de dólares por ano [quando questionado sobre o salário dos membros da Suprema Corte]. Foi uma risada geral", relatou Barbosa. "Perguntaram mais uma vez e ele repetiu dizendo que lá em Cingapura todo mundo acha que isso é normal. (...) O presidente da Corte ganha 2 milhões de dólares por ano", completou.

De acordo com o presidente do STF, o salário em Cingapura seria compatível, na visão do advogado, com "as responsabilidades altíssimas" função, e com a "garantia" de que os ministros possam exercer os cargos mais altos na hierarquia judiciária "com independência". "Ele tem que ganhar um salário de mercado", respondeu o advogado cingapuriano.

O presidente do Supremo participou nesta sexta-feira (30) de um evento em que foi premiado pela Associação Comercial do Rio de Janeiro.