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Tesoureiro do mensalão tucano faz 70 anos e deve ficar livre do processo

Cláudio Mourão, ex-tesoureiro da campanha de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - Sérgio Lima/Folhapress
Cláudio Mourão, ex-tesoureiro da campanha de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) Imagem: Sérgio Lima/Folhapress

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

23/04/2014 11h21

O advogado Antônio Velloso Neto entrou com uma petição nesta terça-feira (22) na 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte pedindo a prescrição do processo em que Cláudio Mourão, tesoureiro da campanha para a reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) em 1998, é acusado de desviar verbas públicas.

Mourão completou 70 anos no último dia 12 de abril e, a exemplo do que ocorreu em janeiro deste ano com o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia (PSB), que também completou 70 anos, a juíza da 9ª Vara, Neide da Silva Martins, poderá decretar a extinção de sua  punibilidade.

“Ele é inocente. Mas não posso usurpar de um direito que é seu”, afirmou Neto. Segundo o advogado, mesmo entendendo que Mourão seria absolvido, ele não poderia abrir mão do benefício previsto na legislação.

“Cláudio (Mourão) completou 70 anos e o Código Penal é para todos. Se é um direito dele se ver livre do processo penal, este dever tem de ser exercido”, disse.

“O processo criminal é árduo, estigmatiza a vida do processado que passa por humilhações, mesmo quando acaba em absolvição como é o caso dos autos em relação ao Cláudio Mourão”, afirmou o defensor.

Mensalão tucano

No processo que ficou conhecido como mensalão mineiro ou mensalão tucano, Cláudio Mourão foi acusado pela PGR (Procuradoria Geral da República) como membro do núcleo que operou o esquema retirada de verbas públicas de estatais mineiras para alimentar o caixa de campanha de Azeredo, que tentava a reeleição mas acabou derrotado por Itamar Franco (PPS).

De acordo com as investigações, o dinheiro era desviado das empresas por meio de cotas de patrocínio de eventos esportivos e publicidade fictícias, feitas pelas agências de publicidade SMP&B, , de Marcos Valério Fernandes, e DNA Propaganda, ambas de Belo Horizonte, posteriormente também envolvidas no mensalão do PT.