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Pros decide manter apoio a Dilma; legenda renderá 35 segundos de TV

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

24/06/2014 18h08

O Pros, partido da base aliada ao governo, decidiu nesta terça-feira (24), em convenção nacional, apoiar a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) em outubro. O evento, realizado em Brasília, contou com a presença da presidente.

O partido aprovou, com 94,5% dos votos, o apoio a Dilma como candidata e Michel Temer (PMDB) como vice.

Com o apoio do Pros, Dilma pode render pelo menos 35 segundos a mais de tempo de TV e rádio para a propaganda eleitoral. O partido foi criado em setembro do ano passado.

"O Pros é um partido muito interessante porque é um partido jovem e vê que o Brasil precisa de novas propostas. Mas apesar de ele ser um partido novo de tempo e de ideias, é um partido maduro. Nasceu com a força de mudanças. [...] Juntos vamos garantir mais quatro anos de governo", discursou Dilma após o anúncio do apoio.

A presidente também disse que a campanha eleitoral pode ter "mentiras e boatos", e houve um "clima de pessimismo" por parte de seus adversários políticos em relação à Copa do Mundo do Brasil. "Aqueles que dizem que a Copa seria uma vergonha, é vergonha deles de não reconhecer que o país pode receber um evento dessa magnitude.

"Nossa seleção mostrou que superou o desafio.  Essa Copa demonstra não só a capacidade do governo federal, mas a capacidade de assumir um evento extremamente complexo em um país continental. Nós temos aí voos sem atraso, festas, segurança e responsabilidade dos governos dos Estados", destacou a presidente em seu discurso. 

O ex-ministro Ciro Gomes, um dos principais representantes do partido, ao lado de seu irmão Cid, foi cotado para assumir uma pasta na última reforma ministerial, concluída pela presidente em março. Por pressão do PMDB, nenhum ministério chegou às mãos da sigla, mas o apoio à reeleição de Dilma se manteve.

Antes, os irmãos Gomes eram ligados a Campos, mas quando o PSB rompeu com o governo Dilma e decidiu lançar Eduardo Campos ao Palácio do Planalto, eles deixaram a legenda e se filiaram ao novato Pros.

“O melhor para o Brasil é que vossa excelência nos lidere. Nós votamos praticamente por unanimidade. Hoje me expresso na confiança de que nós achamos que o Brasil nas suas mãos será capaz de conhecer uma nova fase de mudanças”, declarou Ciro ao expor seu apoio à presidente.

Mais cedo durante a convenção, Ciro também afirmou ter "nojo" e "pavor" do discurso "simpatiquinho, mas mentiroso" de Marina Silva, candidata a vice na chapa de Campos, informou o jornal "Folha de S.Paulo”.

"Tenho pavor de ver a superficialidade irresponsável com que a Marina trata todos os assuntos do Brasil", discursou Ciro. "Diante de uma admiração de importante pedaço da sociedade brasileira, os artistas, os intelectuais, a Marina desconsidera que o agronegócio brasileiro paga a conta do nosso país. Tenho nojo desse tipo de discurso, que é 'simpatiquinho', mas é mentira", completou.

Defensora da área ambiental, Marina é vista por setores do agronegócio como adversária de seus interesses.