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CNV: 48 presos levados ao DOI-Codi no Rio morreram ou estão desaparecidos

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

23/09/2014 13h56

A CNV (Comissão Nacional da Verdade) identificou 48 presos políticos que passaram pelas dependências do antigo DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna), no bairro da Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro. Desses, 15 morreram e 33 estão desaparecidos até hoje, informou nesta terça (23) o presidente da comissão, Pedro Dallari.

Muitas das vítimas que morreram ou estão desaparecidas ainda teriam passado por outros centros históricos de tortura do regime militar, como a Casa da Morte de Petrópolis, na região serrana do Estado. O número de pessoas que estiveram presas no DOI-Codi e conseguiram sobreviver não foi informado.

Dallari participou de uma diligência feita pela CNV no antigo prédio do DOI-Codi, que funcionava dentro do 1º Batalhão de Polícia do Exército. A visita durou cerca de duas horas. Membro da CEV-Rio (Comissão Estadual da Verdade), João Ricardo Dornelles afirmou que mais da metade das características físicas originais do centro de tortura foram mantidas, segundo avaliação de peritos que também participaram da diligência.

De acordo com a CNV, a visita de hoje vai resultar em um material gráfico no sentido de reproduzir como funcionava o DOI-Codi. Algumas das salas de tortura que se tornaram conhecidas a partir de relatos de vítimas, como a "geladeira" e a "sala roxa", são exemplos de espaços que mantiveram características originais.

"Nosso objetivo não é fazer grande juízo de valor. Nosso objetivo é apurar fatos. Uma visita como essa e com a presença das vítimas indicando com clareza cada local vai nos permitir ter croquis de como funcionava a distribuição do espaço físico do DOI-Codi", explicou Dallari.

O presidente da comissão declarou ainda que o relatório final da CNV poderá ser um elemento probatório em eventuais processos administrativos contra militares que participaram das sessões de tortura.