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Petrobras ignora pedido de Comissão de Ética sobre ex-diretor

Paulo Victor Chagas

Da Agência Brasil, em Brasília

29/09/2014 21h50

A Petrobras não respondeu ao pedido da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que solicitou informações sobre as suspeitas de "sonegação de dados relevantes" por parte do ex-diretor da Área Internacional da empresa Nestor Cerveró no processo de compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Sem receber uma resposta da estatal, o presidente da comissão, Américo Lacombe, decidiu prorrogar por mais dez dias o prazo para que a empresa se manifeste sobre o parecer que Cerveró elaborou sobre a compra da refinaria para o Conselho de Administração da Petrobras.

De acordo com Lacombe, o ofício enviado pela comissão à Petrobras não contém um conjunto de perguntas, mas apenas um pedido de informações sobre as notícias publicadas pela imprensa sobre o caso. Se não houver resposta dentro do novo prazo, a comissão pode fechar o processo sem uma manifestação da estatal. "Temos que dar toda chance de a Petrobras informar o que ela quiser, não podemos violar o direito", afirmou Lacombe. "A partir das informações, o relator vai ver o que ele pode fazer."

Assédio sexual

Na reunião desta segunda-feira (29), a Comissão de Ética da Presidência também decidiu aplicar uma censura ética ao diplomata Michael Francis de Maya Monteiro Gepp, que era embaixador do Brasil em São Vicente e Granadinas. Segundo Lacombe, Gepp foi acusado de assédio sexual por uma funcionária da embaixada e, de acordo com as apurações, foi verificada a falta ética.

Como o embaixador já foi exonerado do cargo, a Comissão de Ética recomendou a abertura de um processo administrativo disciplinar no Ministério das Relações Exteriores.