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Protesto anti-Dilma reúne milhares em SP; ato registrou brigas e agressão

Reinaldo Canato/UOL
Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Márcio Neves

Do UOL, em São Paulo

15/11/2014 18h22Atualizada em 17/11/2014 12h06

O clima esquentou no protesto anti-Dilma, que aconteceu neste sábado (15), na zona central de São Paulo. Durante o trajeto, houve troca de insultos entre manifestantes e simpatizantes da presidente e a reportagem do UOL presenciou a agressão a um homem.

Segundo a Polícia Militar, 2.500 pessoas se concentraram na avenida Paulista e cerca de 1.000 seguiram até a praça da Sé.  A PM havia estimado anteriormente a presença de 6.000 pessoas, mas a assessoria de imprensa da corporação refez a estimativa.

Por volta das 16h30, um homem foi agredido por dois idosos, que participavam do protesto, ao andar pela Paulista com uma camiseta vermelha cuja estampa havia uma foice e um martelo estilizado.

Os dois homens com cabelos grisalhos, que não quiseram se identificar, bateram com bandeiras do Brasil na cabeça do advogado Alexandre Simões, 33, aos gritos de “Volta pra Cuba, lá é o seu lugar”. Simões, que declarou seu voto em Dilma, disse que estava voltando para casa nos arredores da Paulista, quando se deparou com o protesto.

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Xingamentos

Parte dos manifestantes que seguiam pela avenida Brigadeiro Luis Antônio, no sentido centro, xingavam moradores de prédios que penduraram bandeiras vermelhas e do PT nas janelas aos berros de "o socialismo não existe". Alguns moradores revidaram chamando-os de "direita coxinha".

Minutos antes, um ônibus com cartazes que citavam a falta de água em São Paulo surgiu na avenida Paulista e causou tumulto entre os manifestantes. A PM impediu que o veículo seguisse junto com os manifestantes e o fez descer pelo outro lado da avenida, no sentido Jardins.

A reportagem do UOL também foi hostilizada por alguns manifestantes aos gritos de "imprensa petralha".

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Tucano e Bolsonaros

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que foi candidato à vice-presidência na chapa de Aécio Neves, participou do evento. Segundo o tucano, o protesto "é uma oportunidade da população protestar contra os recentes escândalos da Petrobras".

O deputado federal eleito Coronel Telhada  (PSDB-SP) e Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) acompanharam a manifestação em um dos cinco carros de som que andaram no sentido da avenida Brigadeiro Luis Antônio.

Grande parte dos manifestantes seguravam bandeiras do Brasil e usavam roupas nas cores verde e amarela. Alguns deles queimaram uma bandeira da campanha de Dilma e pisaram no que restou dela aos gritos "Fora Dilma", "Fora PT".

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Esquerda versus direita

Na quinta-feira (13), diversas organizações de esquerda, entre elas o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e a CUT (Central Única dos Trabalhadores) fizeram um protesto em resposta à manifestações pela derrubada do governo. Segundo a PM, cerca de 12 mil pessoas foram ao protesto.

No ato, os manifestantes defenderam a realização de uma série de reformas populares, entre elas a política --por meio de uma constituinte e de um plebiscito--, a urbana, a agrária e a tributária. Os presentes também defenderam a democratização da comunicação e a desmilitarização da polícia.