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Perdi um grande amigo, diz Dilma sobre morte de Márcio Thomaz Bastos

Os então ministros do governo Lula Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Dilma Rousseff (Casa Civil) assistem a debate na TV Record em 2006 - João Wainer - 23.out.2006/Folhapress
Os então ministros do governo Lula Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Dilma Rousseff (Casa Civil) assistem a debate na TV Record em 2006 Imagem: João Wainer - 23.out.2006/Folhapress

Do UOL, em Brasília

20/11/2014 10h41Atualizada em 20/11/2014 17h36

A presidente Dilma Rousseff divulgou nota de pesar na manhã desta quinta-feira (20) pela morte do advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Dilma destacou o criminalista como “grande amigo” e “grande brasileiro”.

O ex-ministro morreu aos 79 anos nesta manhã no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado desde a última terça-feira (18) devido à piora de uma doença crônica no pulmão.

“O país perdeu um grande homem, o Direito brasileiro perdeu um renomado advogado e eu perdi um grande amigo”, diz trecho da nota. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em nota, também lamentou a perda do "amigo" e ex-ministro.

Dilma vai participar do velório do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Ela embarca de Brasília para São Paulo às 14h, com previsão de chegada às 15h30. Antes da cremação, o corpo do advogado será velado a partir das 15h, no Palácio 9 de Julho, sede da Assembleia Legislativa de São Paulo. Ele vai ser cremado no Crematório do Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, nesta sexta.


Veja a íntegra da nota:

"Rendemos hoje as nossas homenagens a um grande brasileiro. O país perdeu um grande homem, o direito brasileiro perdeu um renomado advogado e eu perdi um grande amigo.

Márcio Thomaz Bastos era um defensor intransigente do direito de defesa e considerava o exercício da advocacia um pilar da sociedade livre.

Como ministro da Justiça, foi responsável por avanços institucionais, como a reestruturação que ampliou autonomia à Polícia Federal, a aprovação da emenda constitucional da reforma do Poder Judiciário e o Estatuto do Desarmamento.

Quem teve o privilégio de conviver com ele, como eu tive, conheceu também um amigo espirituoso, de caráter e lealdade ímpares.

A seus familiares, amigos, alunos e admiradores, meus sentimentos nessa hora de dor.

Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasi
l"

Mais repercussões

Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente (PT): "O Brasil perde hoje não apenas um de seus melhores advogados criminalistas, mas um dos homens que mais lutou pela democracia e pelo estado de direito em nosso país. Em particular, nós perdemos um amigo. Márcio Thomaz Bastos foi um corajoso defensor da lei e um advogado apaixonado pela ideia de um Brasil melhor. Foi um homem raro e que muito contribuiu para mudar a história do país. Sua atuação como ministro foi fundamental para o combate ao crime e a garantia do cumprimento da lei."

Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal: "Meus votos de pesar à família do dr Marcio T Bastos, um exemplar ministro da Justiça do Brasil e defensor criminal de primeira linha."

Marcus Vinicius Furtado Coêlho, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil): "Márcio será sempre inspiração para a defesa do estado de direito, dos valores constitucionais e dos fundamentos de uma sociedade civilizada. “Um brasileiro exemplar, um advogado correto, um jurista de escol, um homem de família, um amigo e conselheiro. O luto institucional se soma a tristeza pessoal pela irreparável perda deste inigualável presidente de sempre do Conselho Federal da OAB”.

Aloizio Mercadante, ministro-chefe da Casa Civil: "Com a morte de Márcio Thomaz Bastos, o Brasil perde um dos grandes advogados criminalistas de sua história. A vida de Bastos foi marcada pela coragem e competência com que se dedicou a suas causas. Além de presidente da OAB-SP, quando participou do movimento pelas Diretas Já, destaco a atuação de Bastos como ministro da Justiça do governo Lula, na reestruturação da Polícia Federal, na aprovação do Estatuto do Desarmamento e na homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Lamento profundamente a morte de Bastos. Aos familiares e aos amigos, expresso meus sentimentos."

Luís Inácio Lucena Adams, advogado-geral da União: "A morte de Márcio Thomaz entristece a todos nós que com ele conviveram. Homem Íntegro, leal e agregador, foi essencial à Justiça e ao País. Entre as diversas façanhas que realizou, a ele coube conduzir, no governo Lula, a reforma do judiciário, com a instituição do Conselho Nacional de Justiça. Perdemos o homem, mas tivemos o privilégio de testemunharmos em primeira mão o exemplo e as conquistas de Márcio Thomaz Bastos".

José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça: "Foi com profundo pesar que recebi a notícia do falecimento do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Durante sua carreira na advocacia, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e no serviço público, mostrou-se um defensor intransigente da democracia e dos direitos humanos, participando do movimento das Diretas Já e da fundação da Ação pela Cidadania. Bastos comandou de forma brilhante o Ministério da Justiça de 2003 a 2007, reestruturando a Polícia Federal e promovendo avanços institucionais no Poder Judiciário. Durante sua gestão fortaleceu a cooperação jurídica internacional e o combate à lavagem de dinheiro por meio da criação do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional e da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro. Lembrado com carinho e admiração pelos funcionários desta Casa, Márcio Thomaz Bastos seguirá como exemplo de competência, integridade e espírito público. Neste momento de dor, transmito meus sentimentos a seus familiares."

Rodrigo Janot, procurador-geral da República: "Márcio Thomaz Bastos prestou grande contribuição ao Estado Democrático de Direito no Brasil, como advogado e como ministro. O país perde muito com sua morte."

Eleonora Menicucci, ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres: "Lamento profundamente o falecimento de Márcio Thomaz Bastos. Além de ter sido ministro do governo Lula, deixa uma das maiores histórias da advocacia, com sua luta pelas causas sociais."

Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado: "O Brasil perdeu na manhã de hoje um de seus mais ilustres advogados, Marcio Thomaz Bastos, que por mais de 50 anos exerceu com brilhantismo e dedicação o ofício da advocacia. Ex-ministro da Justiça,  criminalista, Thomaz Bastos enalteceu nossas mais altas Cortes de Justiça pela paixão com quem defendia suas teses.   Desde muito cedo participou de movimentos populares, foi  fundador do movimento Ação pela Cidadania, atuou com firmeza na acusação dos assassinos do ambientalista Chico Mendes. Sem dúvida, perdemos hoje um grande cidadão, um expoente do Direito brasileiro.   Em nome do Congresso Nacional, me solidarizo com a família de Marcio Thomaz Bastos nesse momento de tristeza.”

Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara dos Deputados: "Quero manifestar meu pesar pela morte nesta quinta-feira (20) do advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.  A advocacia brasileira perde um de seus maiores expoentes. Seu trabalho jurídico e político, no entanto, permanece como uma bússola indispensável para todos nós. Desde sua participação no Movimentos Diretas-Já, como presidente da OAB de São Paulo, passando por  sua atuação no Ministério da Justiça entre 2003 e 2007, até sua ações em movimentos pelo voto consciente dos eleitores, pela transparência no financiamento das campanhas e pelo direito amplo de defesa e acesso à Justiça de todos os cidadãos, Márcio Thomaz Bastos, se tornou um símbolo da advocacia cidadã. Quero, assim, manifestar meus sentimentos a seus familiares, colaboradores e amigos, certo de que seu legado ajudou e ajudará a construir a democracia brasileira."

Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo: "O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos foi um dos mais aguerridos defensores do retorno do Estado de Direito ao Brasil. Pautou-se, na advocacia, pelas mesmas convicções democráticas e pelo mesmo esforço conciliatório que marcaram suas ações ao longo de uma vida brilhante. Meus sentimentos aos familiares e amigos."

Marta Suplicy, senadora (PT-SP): "Marcio Thomaz Bastos deixa um legado de competência, coragem e exemplo de lealdade ao amigos. Um homem de ideias progressistas, serenidade e bom senso. Como ministro da Justiça e presidente da OAB mostrou espírito público. Meus sentimentos à Leonor. Marcio fará falta a todos nós".

Randolfe Rodrigues, senador (PSOL-AP): "O Brasil perde Márcio Thomaz Bastos, a Democracia e os Direitos Humanos ficam mais pobres em nosso país. Que seu Legado seja honrado".