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Dilma anuncia nomes dos novos comandantes das Forças Armadas

O brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, na Aeronáutica (à esquerda.); o general Eduardo Villas Bôas, no Exército (centro); e o almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, na Marinha (à direita), são os novos comandantes das Forças Armadas - Agência Força Aérea/ESG/Joel Rosa/Em Tempo
O brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, na Aeronáutica (à esquerda.); o general Eduardo Villas Bôas, no Exército (centro); e o almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, na Marinha (à direita), são os novos comandantes das Forças Armadas Imagem: Agência Força Aérea/ESG/Joel Rosa/Em Tempo

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

07/01/2015 20h22

A presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou, nesta quarta-feira (7), os nomes dos novos comandantes das Forças Armadas. No Exército, sai o general Enzo Peri para a chegada do general Eduardo Villas Bôas. Na Aeronáutica, sai o tenente-brigadeiro Juniti Saito para a entrada do brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato. Na Marinha, o almirante Julio Soares de Moura Neto deixa o cargo para a chegada do almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira.

Em nota, a presidente Dilma "agradeceu a competência e dedicação dos ex-comandantes". Os três  estavam no comando das Forças Armadas desde o último governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2007-2010).

A mudança de comando acontece pouco menos de um mês depois da divulgação do relatório final da CNV (Comissão Nacional da Verdade) ser divulgado e apontar 377 pessoas (entre elas, dezenas de militares) como responsáveis por graves violações de direitos humanos durante a ditadura militar. Pelo menos um terço dos nomes indicados pela CNV ainda está vivo.

A divulgação do relatório causou forte reação entre os militares.

Além da reação velada dos chefes militares, a presidente Dilma teve de enfrentar a resistência pública de parte dos militares em relação ao relatório final da CNV.

Em entrevista, o presidente do Clube Militar, general Gilberto Pimentel, disse que o trabalho da comissão deixou uma “grande mágoa” junto ao setor.

As tensões com os militares marcaram o trabalho de quase dois anos da CNV. O coordenador da comissão, Pedro Dallari, condenou o comportamento das Forças Armadas durante as investigações feitas pela entidade.

“Sinto nas Forças Armadas um certo autismo por parte dos seus comandantes (...) Sempre que há alguma informação, a imprensa vai procurar o outro lado, vai procurar saber qual é a posição, eles dizem que não comentam as atividades da Comissão”, disse Dallari.

Em fevereiro de 2014, o general Enzo Peri enviou um ofício aos seus subordinados determinando que qualquer informação solicitada pela CNV deveria ser respondida exclusivamente por seu gabinete. A atitude foi criticada por integrantes da CNV.