Bancada evangélica lança nome para Comissão de Direitos Humanos e eleição é adiada
Deputados da bancada evangélica lançaram um pastor como candidato avulso para comandar a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e gerou impasse para as eleições no grupo. A sessão de eleição para presidente foi adiada para a próxima semana.
Após acordo firmado entre todas lideranças da Casa de ontem (3), o PT conquistou a prerrogativa de escolher o comando da comissão e indicou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) para o cargo. O acordo levou em conta o tamanho das bancadas na Câmara e os nomes recomendados pelos partidos precisam ser aprovados pelas comissões em eleição entre os membros.
No entanto, o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) se lançou como candidato avulso e obteve o apoio de diversos parlamentares conhecidos pelas suas posições conservadoras, como Jair Bolsonaro (PP-RJ) e o Pastor Marco Feliciano (PSC-SP).
Sóstenes é apadrinhado político do pastor Silas Malafaia e está em seu primeiro mandato como deputado federal. O deputado, que é pastor da Assembleia de Deus de Jacarepaguá, bairro do Rio de Janeiro, disse "desconhecer" o acordo entre os partidos para definição da presidência do colegiado.
"Por que só a esquerda se arvora a dizer que representa os direitos humanos?", perguntou.
Diante do impasse o deputado Assis do Couto (PT-PR), que presidia os trabalhos do grupo, indeferiu a candidatura avulsa sob o argumento de que deveria ser respeitado o acordo entre os partidos.
“Indefiro a candidatura avulsa, respeitando a indicação oficial que é tirada com base na proporcionalidade”, afirmou Couto.
A bancada evangélica e apoiadores de Sóstenes protestaram e Couto suspendeu a sessão por quase meia hora para que os partidos chegasse a um acordo. Sem consenso, foi convocada uma nova sessão para a próxima quarta-feira (11) para realizar a eleição.
Na manhã de hoje, alguns dos membros que tendiam a votar no candidato petistas foram retirados da comissão. Os deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Professora Dorinha (DEM-TO) que ocupavam vagas cedidas por outros membros do grupo foram destituídos de seus cargos minutos antes do início da sessão.
O PSC presidiu a comissão durante 2013 sob a conturbada gestão do pastor deputado Marco Feliciano (PSC-SP). A presidência nas mãos do PSC foi marcada por protestos de representantes de entidades que defendem os direitos humanos.
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