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Justiça repatria R$ 182 milhões de Barusco em contas na Suíça

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

11/03/2015 13h46Atualizada em 11/03/2015 18h54

O MPF (Ministério Público Federal) repatriou R$ 182 milhões das contas mantidas pelo ex-gerente- executivo de engenharia da Petrobras Pedro Barusco na Suíça. Desse total, R$ 139 milhões já foram depositados nesta quarta-feira (11), em uma conta da 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba. De acordo com o MPF, o restante, R$ 43 milhões (em pelo menos três moedas estrangeiras), precisam ser convertidos e depositados em uma conta judicial, mas também já foi recuperado. No início da tarde desta quarta-feira (11), o MPF havia anunciado o repatriamento de apenas R$ 139 milhões.

Avaliado em US$ 59 milhões (em valores de hoje), o repatriamento de parte do dinheiro desviado por Barusco é o maior da história do país. Até então, o maior acordo de repatriamento havia sido no valor de US$ 26 milhões (R$ 80 milhões), referente ao dinheiro do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Em nota, a Justiça Federal do Paraná confirmou que os R$ 139 milhões foram recebidos. Também informou que outros US$ 29,5 milhões (cerca R$ 90 milhões) em recursos repatriados serão encaminhados à Justiça Federal do Rio de Janeiro.

O repatriamento dos recursos é resultado do acordo de delação premiada feito entre Barusco e o MPF. Barusco é um dos principais delatores do esquema de desvios de recursos públicos da Petrobras investigado pela operação Lava Jato.

Barusco fez acordo de delação premiada com procuradores federais que investigam o caso. Pelo acordo, o ex-gerente-executivo se comprometeu a devolver US$ 97 milhões, o equivalente a R$ 298,7 milhões. De acordo com seus depoimentos, o PT teria recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propinas oriundas do esquema que funcionava na Petrobras.

Procuradores federais viajaram à Suíça em novembro de 2014 para tentar identificar recursos oriundos do esquema em contas bancários mantidas naquele país. A Suíça é conhecida por sua legislação que privilegia o sigilo bancário.

Em depoimento prestado à CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados na última terça-feira (10), Barusco afirmou que começou a receber propinas de empresas que mantinham contratos com a Petrobras a partir de 1997, mas que o esquema ficou “institucionalizado” entre 2003 e 2004.

De acordo com procuradores do MPF que atuam na operação Lava Jato, os acordos de delação premiada feitos entre investigados e o órgão totalizam aproximadamente R$ 500 milhões. Segundo as investigações preliminares da Polícia Federal, o esquema de desvio de recursos da Petrobras está avaliado em pelo menos R$ 10 bilhões.