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Preso pela Lava Jato, Dirceu chega à sede da Polícia Federal em Curitiba

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu deixou a carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília - Marcello Casal/Agência Brasil
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu deixou a carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília Imagem: Marcello Casal/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

04/08/2015 13h03Atualizada em 04/08/2015 17h46

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu chegou à sede da Polícia Federal em Curitiba por volta das 17h30 desta terça-feira (4), após quase três horas de viagem. Preso pelas investigações da Operação Lava Jato, Dirceu deixou por volta das 12h45 a carceragem da Superintendência da PF (Polícia Federal) em Brasília e o avião decolou por volta das 14h15 para a capital paranaense.

O ex-ministro foi saudado com fogos de artifício e gritos de "ladrão" em sua chegada ao prédio da Superintendência da PF em Curitiba, que também abriga os demais presos da 17ª fase da Lava Jato. Dirceu não pôde ser visto porque não deixou o veículo que o levava, com vidros fumê.

Nesta manhã, o ex-ministro recebeu a visita de seus advogados e de sua mulher, Simone Patrícia Tristão Pereira. Dirceu foi preso na segunda-feira (3) em sua casa em Brasília, onde cumpria prisão domiciliar por sua condenação por corrupção no processo do mensalão. 

Por causa de sua condenação prévia, a transferência de Dirceu para Curitiba dependia de autorização do STF (Supremo Tribunal Federal), que foi concedida na noite de ontem pelo ministro Luís Roberto Barroso.

De acordo com a PF, o ex-ministro ficou em uma cela simples, com uma cama de alvenaria e se alimentou como os demais presos. Dirceu passou a noite em Brasília porque, de acordo com o delegado responsável por sua prisão, Luciano Flores de Lima, apesar da decisão do STF, não havia condições logísticas para o deslocamento na noite de ontem.

A defesa de Dirceu tentou evitar a transferência do ex-ministro, alegando que é "totalmente desnecessário" levá-lo para o Paraná. Barroso disse entender "que a concentração dos atos de apuração criminal no foro do Juízo que supervisiona o inquérito é perfeitamente justificável, na medida em que é lá que se encontram em curso as investigações envolvendo as condutas imputadas ao sentenciado".

Segundo o Ministério Público Federal, o ex-ministro "repetiu" na Petrobras o esquema do mensalão, um esquema ilegal de financiamento político organizado pelo PT para garantir apoio de parlamentares ao governo do ex-presidente Lula no Congresso. Dirceu também é apontado pelos investigadores da operação Lava Jato como mentor do esquema de corrupção da Petrobras.

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Outros presos

Os sete presos da 17ª fase da Lava Jato, que estão na Superintendência da PF em Curitiba, fizeram na manhã desta terça-feira exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal da capital paranaense, onde chegaram na noite de ontem.

O exame de corpo de delito foi realizado por volta das 10h30. Às 11h, eles retornaram para a sede da PF, onde permanecerão detidos.

A PF deve começar a ouvir os depoimentos dos cinco presos temporários, entre eles o irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva e seu ex-assessor Roberto Marques, o Bob. As prisões têm validade de cinco dias, podendo ser prorrogadas pela Justiça, a pedido dos investigadores. (Com Estadão Conteúdo)