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Prefeito de Elias Fausto (SP) é assassinado

Laércio Betarelli, 58, foi morto a tiros enquanto vistoriava uma obra da prefeitura - Arquivo pessoal
Laércio Betarelli, 58, foi morto a tiros enquanto vistoriava uma obra da prefeitura Imagem: Arquivo pessoal

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto

02/10/2015 12h15

O prefeito de Elias Fausto (126 km de São Paulo), Laércio Betarelli (PSDB), foi morto a tiros na manhã desta sexta-feira (2) enquanto vistoriava uma obra da prefeitura. Ele tinha 58 anos e foi atingido por cinco disparos de arma de fogo.

Os disparos atingiram os ombros e a cabeça do mandatário. Conforme informações da Polícia Civil e da Guarda Municipal, o crime aconteceu por volta das 9h. Nenhum suspeito foi localizado até o momento. As causas do atentado também permanecem indefinidas.

Betarelli estava sozinho no momento do crime, ainda segundo a GM, mas alguns operários que estavam próximos ao local da morte presenciaram os disparos. Eles já foram ouvidos informalmente pela Polícia Civil.

Segundo informações da Guarda Municipal, Betarelli vistoriava a obra de canalização de um córrego quando uma caminhonete se aproximou e um suspeito desceu do veículo e efetuou os disparos. As testemunhas afirmaram que, além do homem que atirou, outro dirigia o veículo.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública informou que irá enviar um representante à cidade, o que deve acontecer na tarde de hoje. A Polícia Civil de Elias Fausto informou que irá procurar, em circuitos de vigilância, imagens que ajudem a identificar o criminoso.

A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Elias Fausto, mas uma funcionária limitou-se a confirmar as informações e relatar que ninguém falaria sobre o assunto por enquanto.

Betarelli foi eleito em 2012 com 67,21% dos votos, derrotando Carlos Ernesto (PMDB) e Jan (PSDC). Casado, ele deixa dois filhos. Ele era engenheiro civil formado pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas e foi vereador em Elias Fausto entre 1989 a 1992. Betarelli havia comandado a cidade em outros dois mandatos, entre 1997 a 2000 e de 2005 a 2008.

Ameaças e polêmicas

A Polícia Civil informou que não descarta nenhuma hipótese para o crime, inclusive motivos políticos ou mesmo relacionados a licitações na cidade, já que o prefeito assassinado registrou, em março, um boletim de ocorrência onde afirmou ter sido ameaçado por um empreiteiro que prestou serviços à prefeitura.

Na ocasião, segundo relato de Betarelli, o empreiteiro, que disse que não recebeu pelo serviço prestado, chegou a colocar uma faca no pescoço dele.

"Ele me segurou pelos braços, sacou de uma faca e colocou no meu pescoço, me ameaçando querendo saber se eu iria pagar", disse o prefeito a uma emissora local de televisão, ao falar sobre o caso.

Além da ameaça, Betarelli também colecionou polêmicas, a última delas envolveu o delegado da cidade, Gullis Scrocca. O prefeito chegou a pedir a saída dele do cargo ao secretário de Segurança paulista, Alexandre de Moraes, em 22 de setembro. Na ocasião, o prefeito afirmou que o policial era "omisso, inoperante e ausente".

Seguiu-se à declaração uma troca de farpas entre as duas autoridades onde o delegado disse que a declaração do prefeito foi política, motivada pela ação da polícia contra aliados políticos de Betarelli.

Agora, caberá ao próprio Scrocca investigar a morte. A reportagem tentou falar com o delegado, mas ele não foi localizado até o fechamento da matéria.