MP vai analisar compra de apartamento por chefe da Casa Civil de Alckmin
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou nesta sexta-feira (26) que vai analisar as informações publicadas pelo UOL sobre a compra de um apartamento de luxo feita pelo chefe da Casa Civil do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Edson Aparecido. Uma eventual abertura de inquérito dependerá do resultado dessa análise.
Segundo o MP-SP, as informações foram enviadas ao promotor Marcelo Camargo Milani, da área de Patrimônio Público, que será o responsável pela avaliação do caso.
O UOL revelou que Edson Aparecido adquiriu de um empreiteiro que tem contratos milionários com o governo do Estado de São Paulo um apartamento de luxo em uma das áreas mais valorizadas da capital paulista por menos de um terço de seu valor de mercado. O apartamento foi vendido pelo empreiteiro Luiz Albert Kamilos, dono da construtora Kamilos, que tem contratos milionários com o governo de São Paulo.
Edson Aparecido nega que haja qualquer irregularidade na compra de seu apartamento. Ele afirma que "não conhece" o empresário Luiz Albert Kamilos, da construtora Kamilos.
João Lauriano, um dos principais de assessores de Luiz Albert Kamilos, ao ser procurado pelo UOL, informou nesta sexta-feira (26) que entraria em contato com o empreiteiro para saber se ele faria declarações sobre o caso.
O UOL enviou os questionamentos por e-mail, mas não obteve resposta. Nem o Palácio dos Bandeirantes e nem o governador Geraldo Alckmin (PSDB) se manifestaram sobre o assunto.
Repercussão na Alesp
O líder da bancada do PSDB na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), Carlão Pignatari, afirmou ver com "estranheza em uma acusação desse tipo" contra o chefe de Casa Civil, Edson Aparecido.
"Conheço-o há muito tempo e sei muito bem de seu caráter ilibado, de homem justo e sério. Sei também que ele tem toda a documentação da transação imobiliária desse imóvel e pode provar que tudo foi feito de forma legal, sem qualquer ato que possa provocar dúvidas", afirma o deputado estadual.
Já a líder do PT, que faz oposição ao governo do Estado, Beth Sahão (PT), afirmou que os fatos são graves e precisam ser explicados por Aparecido. "Quando você tem vida pública, você tem de mostrar de onde vem todos os seus rendimentos e como consegue comprar os seus bens", afirmou.
A deputada petista disse ainda que vai se reunir na próxima semana com sua bancada para discutir o assunto: "vamos ver os procedimentos que vamos adotar. Se vamos fazer pedido de investigação, sugerir afastamento. Temos de ver quais são as medidas mais adequadas para esse caso."
Procurados, o presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB) e o deputado estadual Cauê Macris (PSDB), líder do governo na Alesp, não se pronunciaram até o presente momento.
Compra em 2007
Em março de 2007, quando iniciou seu segundo mandato como deputado federal pelo PSDB de São Paulo, Aparecido comprou de Luiz Albert Kamilos e sua mulher, Sarah Giffali de Moura, um apartamento de 366 m², com quatro suítes, cinco vagas na garagem e sacada com vista para o parque Ibirapuera.
Pelo imóvel, Edson Aparecido afirma ter pago R$ 620 mil. A escritura, no entanto, traz o valor de R$ 1,07 milhão. No dia e mês em que o negócio foi fechado, imóvel semelhante no mesmo prédio, na rua Afonso Braz, Vila Nova Conceição, era avaliado em ao menos R$ 2 milhões, levando em conta o valor médio do metro quadrado no bairro (R$ 5.536) calculado pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação).
O empreiteiro Luiz Albert Kamilos é dono da Construtora Kamilos Ltda., empresa especializada em infraestrutura de transportes e rodovias, que desde a década de 90 toca obras milionárias para o governo do Estado --especialmente junto ao DER (Departamento de Estradas e Rodagem). Os tucanos governam o Estado de São Paulo desde 1995.
Apenas nos últimos três anos, a Kamilos recebeu R$ 43 milhões do governo Alckmin, segundo o Portal da Transparência do Estado
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