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"Os golpistas ganharam aqui na Câmara", diz líder do governo na Câmara

Fabiana Maranhão

Do UOL, em Brasília

17/04/2016 22h15Atualizada em 17/04/2016 22h46

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), reconheceu na noite deste domingo (17) a derrota de Dilma Rousseff na votação sobre a abertura do processo de impeachment contra a presidente.

“Os golpistas ganharam aqui na Câmara”, declarou Guimarães, antes do fim da votação no plenário da Casa.

Guimarães classificou o resultado na Câmara como uma “derrota provisória” e disse que a “guerra não terminou”. “Em um momento como este, nós temos que ter tranquilidade, humildade e falar para o país que os golpistas cresceram aqui na Câmara, mas que a luta continua, nas ruas e no Senado.”

O líder agradeceu os parlamentares que votaram contra o afastamento da presidente, que “lutaram até o último momento contra o golpe”.

O petista declarou que acredita que a situação pode ser “revertida” no Senado. “As nossas expectativas são que o país se levante, e vamos continuar lutando porque não somos de recuar, muito menos de nos deixar abater por essa derrota momentânea. Nós estamos inteiros, o governo está inteiro para barrar o golpe no Senado Federal.”

O deputado defendeu que Dilma não cometeu crimes de responsabilidade, pelos quais ela é acusada. “Não é possível aprovar impedimento de uma presidente que não cometeu nenhum crime de responsabilidade. Essa é uma agressão à legalidade democrática, é uma agressão à nossa Constituição, é um desrespeito aos 54 milhões de brasileiros que votaram na presidente.”

Desânimo

Duas horas antes da declaração feita pelo líder do governo, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que não acreditava em “uma reversão desse resultado".

"O que aconteceu foi o chamado efeito manada. Quando chegamos no Estado do Paraná, e alguns partidos como PMDB, PP e PR não cumpriram a palavra que tinham empenhado conosco, isso projetou uma derrota do governo", analisou.

"O resultado dessa votação hoje joga o país em um impasse, aumenta a crise, amplia a instabilidade política", avaliou o deputado governista.