Após confusão, sessão de votação tem maioria de líderes pró-impeachment
Após um início tumultuado, a sessão de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara começou na tarde deste domingo (17) com os líderes das bancadas orientando a votação dos deputados de cada partido. Foram 17 líderes orientando voto a favor do impedimento; 5 contrários e 3 bancadas rachadas.
Pela ordem da maior para a menor bancada, o primeiro líder a orientar suas bancadas foi Leonardo Picciani (RJ), do PMDB. Ele disse ser contrário ao impeachment, mas que o seu partido tinha fechado acordo para ser a favor do impedimento da presidente. Já Afonso Florence (PT-BA), num discurso inflamado, disse que a "chapa Cunha-Temer não passará".
Antonio Imbassahy (PSDB-BA) afirmou que "Dilma disse que faria o Diabo nas eleições e o fez" e orientou a bancada de seu partido a votar a favor do impeachment. Em seguida, foi a vez de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) disse que seria oportunismo dizer sim hoje e não a ontem. "Tenho o dever de procurar ser justo", disse o ex-ministro das Cidades de Dilma. "O governo tem tido grande dificuldade na condução da nação", disse e encaminhou a bancada a votar sim, pelo impeachment.
O PR disse que não fará patrulhamento dos votos e que a decisão está na "consciência de cada deputado". O presidente da comissão, Rogério Rosso (PSD-DF), foi o orientador dos votos do rachado PSD. Disse que "devemos admitir a denúncia e encaminhá-la ao Senado Federal". "Se houve crime ou não, deixemos para o Senado julgar. Confiemos no julgamento do Senado."
Ao todo, 15 partidos se manifestaram a favor do impeachment. Além dos acima citados, PSB, DEM, PRB, PTB, SD, PTN, PSC, PPS, PHS, PV, Pros, PSL e PMB estão nessa lista, embora alguns deputados tenham sido liberados para votar diferentemente da orientação do partido.
Paulinho da Força, do Solidariedade, chegou a entoar trechos de uma paródia, pedindo a saída da presidente e dos aliados do PT. Por várias vezes, soou uma campainha no plenário para pedir silêncio. Foram muitas manifestações e palavras de ordem dos deputados.
Ivan Valente (SP), do PSOL, posicionou-se contra o impeachment. “Os partidos da oposição querem entronizar Michel Temer no poder. Ele não teve nenhum voto, 60% da população o rejeita, e ele também assinou as pedaladas fiscais. O que temos à frente é um retrocesso”, criticou.
Silvio Costa (PE), líder do PTdoB e vice-líder do governo, criticou Eduardo Cunha, presidente da Câmara. "Quem está tentando assumir o poder é o PCC, Partido da Corja do Cunha", afirmou em discurso inflamado, que terminou com um "Viva Dilma!".
Posicionaram-se a favor do governo PT, PDT, PCdoB ,PSOL e PTdoB.
Três partidos não fecharam questão: Rede, PEN e PR. Alessandro Molon (RJ), líder da Rede, disse que se posiciona pessoalmente contra o impeachment, mas diz que não representa a totalidade da bancada.
Confusão no início da sessão
Um deputado do PT reclamou que outros parlamentares se manifestavam atrás da Mesa Diretora, onde Eduardo Cunha (PMDB-RJ) preside os trabalhos.
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