PDT abrirá processo de expulsão contra deputados que votaram pró-impeachment
O PDT abrirá nesta segunda-feira (18) um processo de expulsão contra seis parlamentares da legenda que votaram a favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados. A informação foi confirmada pelo ministro das Comunicações e vice-presidente nacional do partido, André Figueiredo. A orientação do PDT era de que todos os seus parlamentares votassem contra o impeachment, mas seis se manifestaram a favor do afastamento de Dilma. “Todos estão decepcionados e com muita raiva desses parlamentares”, disse Figueiredo.
Dos 19 deputados do PDT na Câmara, 12 votaram contra o impeachment, um se absteve e seis votaram a favor. Os seis parlamentares que votaram pelo impeachment são: Subtenente Gonzaga (MG), Mário Heringer (MG), Sérgio Vidigal (ES), Flávia Morais (GO), Hissa Abrahão (AM) e Giovani Cherini (RS).
De acordo com Figueiredo, os parlamentares serão submetidos a um processo de expulsão que tramitará na comissão de ética do partido. Os deputados terão direito a se defender e até podem ser “absolvidos”, mas o vice-presidente do PDT diz que essa possibilidade é praticamente impossível.
“As pessoas estão com muita raiva deles. Nosso posicionamento sempre foi contra o impeachment. Esses parlamentares já foram notificados e já podem se considerar fora do partido”, afirmou.
O PDT foi um dos primeiros partidos a “fechar questão” contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Apesar de os seis votos do PDT a favor do afastamento não terem sido preponderantes no resultado final da votação (foram 367 votos a favor, 137 contra, sete abstenções e duas ausências), a “traição” deixou a direção do partido surpresa.
“Nós tivemos muitas reuniões e em nenhum momento houve alguma discordância. Havia pessoas com quase 30 anos de partido que mudaram de ideia por questões que não nos cabe aqui discutir”, disse Figueiredo.
O deputado federal Hissa Abrahão (AM) também se mostrou surpreso com a decisão do partido e diz esperar que a situação possa ser resolvida com o diálogo. “Eu fiquei surpreso. Eu entendo que uma orientação partidária não pode ser uma imposição partidária. Vou fazer a minha defesa. Tenho 31 dias de PDT. Não acho justo que eu seja punido de uma forma tão sumária, então eu acredito que isso possa ser conversado e repensado pela Executiva Nacional do partido”, afirmou.
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